quinta-feira, 1 de novembro de 2007

terça-feira, 30 de outubro de 2007

ZAPATISTAS - A Velocidade de um Sonho

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CHOQUE DE GESTÃO



Policiais dizem que segurança pública está à beira do colapso no RS

Manifestação em defesa de melhores condições de trabalho e melhores salários reuniu mais de mil policiais militares, nesta quarta-feira, em frente ao Palácio Piratini. Segundo eles, governo Yeda Crusius (PSDB) está levando segurança à beira do colapso.

PORTO ALEGRE - Mais de mil policiais militares saíram às ruas da capital gaúcha, nesta quarta-feira, em defesa de melhores condições de trabalho e melhores salários. A manifestação reuniu profissionais das mais variadas patentes da Brigada Militar (a PM gaúcha) em uma grande manifestação contra o governo Yeda Crusius (PSDB) que, segundo os brigadianos, está levando a segurança pública a beira do colapso no Rio Grande do Sul.
A manifestação iniciou no quartel general da Brigada Militar, no centro da capital, e terminou com um ato público em frente ao Palácio Piratini. Segundo o vice-presidente da Associação dos Oficiais da Brigada Militar, tenente coronel Jorge Antônio Penna Rey o ato teve como objetivo principal “sensibilizar o Governo do Estado para questões ligadas à categoria, e também reafirmar para a governadora Yeda, que não aceitaremos nenhum projeto que altere os Direitos atuais dos Militares Estaduais, como por exemplo o aumento do tempo de serviço, a mudança do plano de carreira e a diminuição de vagas”. “Isto não vamos nem discutir”, garantiu Penna Rey.


A manifestação foi convocada pela Associação dos Oficiais da Brigada Militar (AsofBM), pela Associação de Cabos e Soldados da Brigada Militar (ABAMF) e pela Associação dos Sargentos, Subtenentes e Tenentes da Brigada Militar (ASSTBM).


Os brigadianos distribuíram um panfleto à população explicando as razões de sua manifestação. O documento afirma:
"A Segurança está em crise e vai entrar em colapso. A culpa não é nossa... mas sim da governadora Yeda e do secretário Mallmann. Gaúchos e gaúchas saibam por quê:


- salários mais baixos do Brasil
- sucateamento da frota de viaturas policiais

- falta de coletes à prova de bala para enfrentar a bandidagem
- apagão no sistema de rádio
- ameaças aos direitos dos militares estaduais
- atraso de salários
- ameaça de não pagamento do 13º salário
- tratamento desrespeitoso e arbitrário para com os brigadianos
- falta de efetivo
- não-chamamento dos concursados aprovados para a BM
- excesso de carga horária
- não-pagamento de horas-extras

- não-pagamento de direitos constitucionais (dedicação exclusiva e adicional noturno)
- não-cumprimento da lei da matriz salarial
- falta de fardamento
- não-convocação dos reservistas da BM


Por fim, os PMs pedem o apoio da sociedade: “Povo gaúcho, não deixe desmontar nossa Brigada Militar e sua segurança”.


Os protestos dos servidores públicos gaúchos contra o choque de gestão implementado pela governadora Yeda Crusius (PSDB) seguem crescendo no Estado. Na semana passada, mais de duzentos professores se acorrentaram aos portões de entrada do Palácio Piratini denunciando o desmonte da educação pública no Estado. Diversas categorias de servidores vêm se reunindo semanalmente para discutir a situação dos serviços públicos. Eles começam a preparar uma greve geral de funcionários públicos ainda este ano.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Como endireitar um esquerdista

Frei Betto


Ser de esquerda é, desde que essa classificação surgiu na Revolução Francesa, optar pelos pobres, indignar-se frente à exclusão social, inconformar-se com toda forma de injustiça ou, como dizia Bobbio, considerar aberração a desigualdade social.


Ser de direita é tolerar injustiças, considerar os imperativos do mercado acima dos direitos humanos, encarar a pobreza como nódoa incurável, julgar que existem pessoas e povos intrinsecamente superiores a outros.


Ser esquerdista - patologia diagnosticada por Lênin como "doença infantil do comunismo" - é ficar contra o poder burguês até fazer parte dele. O esquerdista é um fundamentalista em causa própria. Encarna todos os esquemas religiosos próprios dos fundamentalistas da fé. Enche a boca de dogmas e venera um líder. Se o líder espirra, ele aplaude; se chora, ele entristece; se muda de opinião, ele rapidinho analisa a conjuntura para tentar demonstrar que na atual correlação de forças...


O esquerdista adora as categorias acadêmicas da esquerda, mas iguala-se ao general Figueiredo num ponto: não suporta cheiro de povo. Para ele, povo é aquele substantivo abstrato que só lhe parece concreto na hora de cabalar votos. Então o esquerdista se acerca dos pobres, não preocupado com a situação deles, e sim com um único intuito: angariar votos para si e/ou sua corriola. Passadas as eleições, adeus trouxas, e até o próximo pleito!


Como o esquerdista não tem princípios, apenas interesses, nada mais fácil do que endireitá-lo. Dê-lhe um bom emprego. Não pode ser trabalho, isso que obriga o comum dos mortais a ganhar o pão com sangue, suor e lágrimas. Tem que ser um desses empregos que pagam bom salário e concedem mais direitos que exige deveres. Sobretudo se for no poder público. Pode ser também na iniciativa privada. O importante é que o esquerdista se sinta aquinhoado com um significativo aumento de sua renda pessoal.


Isso acontece quando ele é eleito ou nomeado para uma função pública ou assume cargo de chefia numa empresa particular. Imediatamente abaixa a guarda. Nem faz autocrítica. Simplesmente o cheiro do dinheiro, combinado com a função de poder, produz a imbatível alquimia capaz de virar a cabeça do mais retórico dos revolucionários.


Bom salário, função de chefia, mordomias, eis os ingredientes para inebriar o esquerdista em seu itinerário rumo à direita envergonhada - a que age como tal mas não se assume. Logo, o esquerdista muda de amizades e caprichos. Troca a cachaça pelo vinho importado, a cerveja pelo uísque escocês, o apartamento pelo condomínio fechado, as rodas de bar pelas recepções e festas suntuosas.


Se um companheiro dos velhos tempos o procura, ele despista, desconversa, delega o caso à secretária, e à boca pequena se queixa do "chato". Agora todos os seus passos são movidos, com precisão cirúrgica, rumo à escalada do poder. Adora conviver com gente importante, empresários, ricaços, latifundiários. Delicia-se com seus agrados e presentes. Sua maior desgraça seria voltar ao que era, desprovido de afagos e salamaleques, cidadão comum em luta pela sobrevivência.


Adeus ideais, utopias, sonhos! Viva o pragmatismo, a política de resultados, a cooptação, as maracutaias operadas com esperteza (embora ocorram acidentes de percurso. Neste caso, o esquerdista conta com o pronto socorro de seus pares: o silêncio obsequioso, o faz de conta de que nada houve, hoje foi você, amanhã pode ser eu...).


Lembrei-me dessa caracterização porque, dias atrás, encontrei num evento um antigo companheiro de movimentos populares, cúmplice na luta contra a ditadura. Perguntou se eu ainda mexia com essa "gente da periferia". E pontificou: "Que burrice a sua largar o governo. Lá você poderia fazer muito mais por esse povo."


Tive vontade de rir diante daquele companheiro que, outrora, faria um Che Guevara sentir-se um pequeno-burguês, tamanho o seu aguerrido fervor revolucionário. Contive-me, para não ser indelicado com aquela figura ridícula, cabelos engomados, trajes finos, sapatos de calçar anjos. Apenas respondi: "Tornei-me reacionário, fiel aos meus antigos princípios. E prefiro correr o risco de errar com os pobres do que ter a pretensão de acertar sem eles."


[Autor de "Calendário do Poder" (Rocco), entre outros livros].

* Frei dominicano. Escritor.

Evo: Gobiernos anticapitalistas encabezan crecimiento económico

El Presidente de Bolivia, Evo Morales, afirmó ayer en Roma que los gobiernos anticapitalistas son los que en la actualidad encabezan el crecimiento económico.
JornadaNet
ABI
Evo Morales.
Morales hizo estas declaraciones durante su encuentro con la comunidad boliviana en Roma, a donde llegó a media tarde de ayer procedente de Rímini (costa Adriática), donde recibió el Premio Pío Manzú.

Unos doscientos bolivianos escucharon a Morales en el Campidoglio, sede del Ayuntamiento de Roma, donde dijo que la mejora económica tanto de Bolivia como de otros países, como Venezuela o Cuba, demuestra que los gobiernos anticapitalistas lideran el crecimiento económico.

Morales declaró que cuando se reúne con dirigentes internacionales, les reitera que "si no se actúa contra las asimetrías económicas" actuales, "va a seguir habiendo gente que emigre desde el Sur hacia Occidente".

Al igual que dijo en Rímini, el Presidente recalcó que Bolivia ahora es "viable y confiable", y recordó algunos de sus logros desde que ascendió a la Presidencia en 2005.

Entre otros, subrayó que, en 2004, las reservas económicas eran de 1.700 millones de dólares (1.182 millones de euros), y recordó que "nunca" habían pasado de los 2.000 millones de dólares (1.390 millones de euros) para después anunciar que "este año se han alcanzado los 5.000 millones de dólares (3.476 millones de euros) de reservas internacionales".

El Presidente boliviano aseguró que, en el momento actual, se están dando "grandes procesos de cambio", donde se están gestando "democracias liberadoras", y recalcó que, en su país, se está "tratando de construir el poder del pueblo".

Antes de dirigirse a sus compatriotas, Morales presidió la exhibición de varios bailes regionales de su país, como, "La cueca", "La diablada", "caporal" "tobas", "tinkus" y otros preparados para la ocasión.

Al finalizar el último baile, una de las bailarinas le tendió un pañuelo para que aceptase su invitación y, junto al resto de la delegación que le acompaña, bailó la cueca, una de las danzas populares del país latinoamericano, con la que recibió la ovación de sus compatriotas.

El encuentro también sirvió de tribuna libre para que algunos miembros de la colonia boliviana explicaran su situación o comentaran alguno de sus problemas y exigencias.

Uno de los asistentes aprovechó ese momento para pedirle más facilidades en los trámites en el extranjero, le comentó que los bolivianos residentes en el exterior "no deben ser considerados como ciudadanos de tercera categoría" y criticó su postura ante el problema de la paz social.

Morales contestó en el discurso posterior a su compatriota, al declarar que los problemas de la paz social vienen de los grupos "que no quieren perder sus privilegios".

La visita de Morales continuará este lunes, en la capital italiana, donde, entre otros actos, está previsto que se reúna con el Presidente del Gobierno del país, Romano Prodi.

Porque eles temem Michael Moore

por John Pilger
Sicko. Em Sicko, o novo filme de Michael Moore, aparece um jovem Ronald Reagan apelando à classe trabalhadora americana para rejeitar a "medicina socializada" como subversão comunista. Nas décadas de 1940 e 1950 Reagan foi empregado pela American Medical Association e pela grande indústria como o amável porta-voz de uma tendência neo-fascista a fim de persuadir os americanos comuns de que os seus verdadeiros interesses, tais como cuidados universais de saúde, eram "anti-americanos".

Ao ver isto, encontrei-me a recordar os efusivos adeuses a Reagan quando morreu três anos atrás. "Muitas pessoas acreditam", disse Gavin Esler na Newsnight da BBC, "que ele restaurou a fé na acção militar americana [e] era amado até pelos seus adversários políticos". No Daily Mail, Esler escreveu que Reagan "corporificava o melhor do espírito americano — a crença optimista de que os problemas podem ser resolvidos, de que amanhã será melhor do que hoje, e de que os nossos filhos serão mais ricos e mais felizes do que nós somos".

Tantas idiotices acerca de um homem que, como presidente, foi responsável pelo banho de sangue na América Central durante a década de 80, e pela ascensão do próprio terrorismo que produziu a al-Qaeda, tornaram-se uma mentira acreditada e propagada por todos os meios. A participação de Reagan em Sicko é um raro vislumbre da verdade da sua traição ao país dos colarinhos azuis que ele dizia representar. As trafulhices de um outro presidente, Richard Nixon, e de uma aspirante a presidente, Hillary Clinton, são igualmente reveladas por Moore.

Exactamente quando parecia que pouco restava a dizer acerca do grande trafulha do Watergate, Moore extrai das fitas da Casa Branca de 1971 uma conversação entre Nixon e John Erlichman, seu ajudante que acabou na prisão. Um rico apoiante do Partido Republicano, Edgar Kaiser, chefe de uma das maiores companhias de seguro de saúde, está na Casa Branca com um plano para "uma indústria nacional de cuidados de saúde". Erlichman remete-o para Nixon, o qual está aborrecido até que a palavra "lucro" é pronunciada.

"Todos os incentivos", diz Erlichman, "correm do modo certo: quanto menos cuidados [médicos] eles lhes derem, mais dinheiro eles fazem". Ao qual Nixon replica sem hesitação: "Boa!" A cena seguinte mostra o presidente a anunciar à nação um grupo de trabalho que fará um sistema "dos melhores cuidados de saúde". Na verdade, é um dos piores e mais corruptos do mundo, como mostra Sicko, negando a humanidade comum a uns 50 milhões de americanos e, para muitos deles, o direito à vida.

A sequência mais assombrosa é capturada por uma câmara de segurança numa rua de Los Angeles. Uma mulher, ainda com o seu avental de hospital, cambaleia através do tráfego, para onde foi atirada pela companhia (aquela fundada pelo apoiante de Nixon) que dirige o hospital ao qual estava autorizada. Ela ainda está mal e assustada e não tem seguro de saúde. Ainda usar a sua pulseira de admissão, embora o nome do hospital tenha sido cuidadosamente apagado.

Mais tarde encontramos este fascinante casal liberal, Bill e Hillary Clinton. É o ano de 1993 e o novo presidente está a anunciar a designação da primeira dama como aquela que cumprirá a sua promessa de dar à América um cuidado de saúde universal. E aqui está a própria "encantadora e inteligente" Hillary, quando um senador chama-a, lançando a sua "visão" para o Congresso. O retrato de Moore da loquaz, trocista e sinistra Hillary recorda Bob Roberts , a soberba sátira política de Tim Robbins. Você sabe que o seu cinismo já está na sua garganta. "Hillary", informa a voz de Moore, "foi premiada pelo seu silêncio [em 2007] como a segunda maior receptora do Senado de contribuições da indústria de cuidados de saúde".
http://en.wikipedia.org/wiki/Bob_Roberts

Moore disse que Harvey Weinstein, cuja companhia produziu Sicko e que é amigo dos Clintons, quis cortar esta parte, mas ele recusou. O assalto ao candidato do Partido Democrático que provavelmente será o próximo presidente é um desvio de Mooore que, na sua campanha pessoal de 2004 contra George Bush, apoiou a candidatura presidencial de general Wesley Clark, que bombardeou a Sérvia, e defendeu o próprio Bill Clinton, afirmando que "nunca ninguém morreu devido ao sexo oral". (Talvez não, mas meio milhão de crianças iraquianas morreu devido ao sítio medieval de Clinton ao seu país, assim como milhares de haitianos, sérvios, sudaneses e outras vítimas das suas incontáveis invasões).

Com esta aparente nova independência, a destreza de Moore e o humor negro em Sicko, que é um brilhante trabalho de jornalismo, sátira e feitura de filmes, explica – talvez ainda melhor do que os filmes que lhe deram fama, Roger and Me, Bowling for Columbine e Fahrenheit 9/11 – sua popularidade e influência, assim como seus inimigos. Sicko é tão bom que você esquece os seus viéses, nomeadamente a romantização de Moore do Serviço Nacional de Saúde britânico, ignorando um sistema de dois níveis que negligencia os idosos e os doentes mentais.

O filme abre com um amargo carpinteiro a descrever como teve de fazer uma escolha depois de dois dedos serem cortados por uma serra eléctrica. A escolha era US$60.000 para restaurar um dedo indicador ou US$12.000 para restaurar um dedo médio. Ele não podia permitir-se arcar com as despesas de ambos, e não tinha seguro. "Sendo um romântico irremediável", diz Moore, "ele escolheu o dedo anular" no qual usa a sua aliança de casamento. O talento de Moore conduz-nos a cenas abrasadoras, ainda que não sentimentais, tais como a ira eloquente de uma mulher a cuja filha pequena foi negado cuidado hospitalar e morreu de um ataque. Poucos dias depois de Sicko ser lançado nos Estados Unidos, mais de 25 mil pessoas inundaram o sítio web de Moore com histórias semelhantes.

A Associação dos Enfermeiros da Califórnia e o Comité Organizador Nacional dos Enfermeiros enviaram voluntários para viajar com o filme. "No meu entender", diz Jan Rodolfo, um enfermeiro de oncologia, "ele demonstra o potencial para um verdadeiro movimento nacional porque obviamente está a inspirar muitas pessoas em muitos lugares".

A "ameaça" de Moore é a sua visão certeira a partir da base. Ele elimina a satisfação com a qual a elite da América e os media entretêm as pessoas comuns. Isto é um assunto tabú entre muitos jornalistas, especialmente aqueles que afirmam terem ascendido ao nirvana da "imparcialidade" e outros que declaram ensinar jornalismo. Se Moore simplesmente apresentasse vítimas como de costume, com corridas de ambulância, deixando os espectadores chorosos mas paralisados, ele teria poucos inimigos. Não seria encarado como um polemista e auto-promotor e todas as outras etiquetas pejorativas que aguardam aqueles que dão um passo para além das fronteiras invisíveis em sociedades onde se diz que a riqueza equivale à liberdade. Os poucos que escavam mais fundo na natureza de uma ideologia liberal que se considera a si própria como superior, ainda que seja responsável por crimes em proporções enormes e geralmente não reconhecidos, arriscam-se a serem eliminados do jornalismo "de referência", especialmente se forem jovens — um processo que um antigo editor certa vez descreveu-me como "uma espécie de defenestração gentil".

Ninguém avançou tanto como Moore, e os seus detractores são perversos ao dizer que ele não é um "jornalista profissional" quando o papel do jornalista profissional é tantas vezes o de servir com zelo, ainda que subrepticiamente, o status quo. Sem a lealdade destes profissionais no New York Times e outras augustas instituições mediáticas "de registo" (a maior parte delas liberal), a invasão criminosa do Iraque poderia não ter acontecido e um milhão de pessoas hoje estariam vivas. Posicionado no lugar sagrado de Hollywood – o cinema – o Fahrenheit 9/11 de Moore lançou uma luz nos seus olhos, penetrou no buraco da memória, e contou a verdade. Eis porque audiências por todo o mundo aplaudiram-no de pé e com entusiasmo.

O que me impressionou quando vi pela primeira vez Roger and Me, o primeiro grande filme de Moore, foi que éramos convidados a gostar de americanos comuns pela sua luta e resistência e política que ia para além da barulhenta e falsificada indústria da democracia americana. Além disso, é claro que eles "captavam-no": que apesar de ser rico e famoso ele é, no fundo, um deles. Um estrangeiro a fazer algo semelhante arriscar-se-ia a ser atacado como "anti-americano", uma expressão que Moore utiliza muitas vezes como ironia a fim de demonstrar a sua desonestidade. De repente, ele despede-se da espécie de asneiradas sem sentido, como aquela de uma série da Radio 4 da BBC que apresentou a humanidade como pro- ou anti-americana enquanto o repórter extasiava-se acerca da América, "a cidade sobre a colina".

Igualmente tendencioso é um documentário chamado Manufacturing Dissent, o qual parece ter sido produzido para desacreditar, se não o Sicko, o próprio Moore. Feito pelos canadianos Debbie Melnyk e Rick Caine, ele diz mais acerca de liberais que gostam de ver os dois lados e os ciúmes invejosos dos presunçosos. Melnyk conta-nos ad nauseam o quanto ela admira os filmes e a política de Moore e é por eles inspirada, a segue procede a uma tentativa de assassínio do seu carácter com uma enxurrada de afirmações e boatos acerca dos seus "métodos", juntamente com abuso pessoa, tal como aquele do crítico que objectou quanto ao caminhar "balouçante" de Moore e mais alguém que disse considerar que Moore realmente odiava a América — era anti-americano, nada menos!

Melnyk critica Moore ao perguntar-lhe porque, na sua tentativa de obter uma entrevista de Roger Smith da General Motors, deixou de mencionar que já havia falado com ele. Moore disse que entrevistou Smith muito antes de começar a filmar. Quando ela por duas vezes intercepta o caminho de Moore, é certamente porque está envergonhada com a sua resposta afável. Se há um renascimento dos documentários, ele não é beneficiado por filmes como este.

Isto não significa sugerir que Moore não deveria ser criticado e desafiado sobre se ele, sim ou não, "excedeu-se" quanto às normas aceites, assim como o trabalho do reverenciado pai do documentário britânico, John Grierson, tem sido reexaminado e questionado. Mas a paródia irresponsável não é o caminho. Rodar a câmara em torno, como tem feito Moore, e revelar o "governo invisível" dos grandes poderes de manipulação e muitas vezes de propaganda subtil certamente é um caminho. Ao fazer assim, o autor de documentários rompe o silêncio e cumplicidade descritos por Günter Grass na sua confissão autobiográfica, Peeling the Onion, tal como a mantida por aqueles que "fingem a sua própria ignorância e atestam a de outro... distraindo a atenção de algo que se pretende esquecer, algo que no entanto recusa-se a ir embora".

Para mim, um Michel Moore anterior foi aquele outro grande denunciante "anti-americano", Tom Paine, que incorreu nas iras do poder corrupto quando advertiu que se à maioria do povo estava a ser recusada "as ideias da verdade", era tempo de derrubar o que chamou a "Bastilha das palavras" e que nós chamamos "os media". Esse tempo está mais que ultrapassado.
17/Outubro/2007
O original encontra-se em http://www.johnpilger.com/page.asp?partid=458

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .
24/Out

Programa do Partido Comunista Brasileiro exibido em 25/10/07

Por que Zurdo?

O nome do blog foi inspirado no filme Zurdo de Carlos Salcés, uma película mexicana extraordinária.


Zurdo em espanhol que dizer: esquerda, mão esquerda.
E este blog significa uma postura alternativa as oficiais, as institucionais. Aqui postaremos diversos assuntos como política, cultura, história, filosofia, humor... relacionadas a realidades sem tergiversações como é costume na mídia tradicional.
Teremos uma postura radical diante dos fatos procurando estimular o pensamento crítico. Além da opinião, elabora-se a realidade desvendando os verdadeiros interesses que estão em disputa na sociedade.

Vos abraço com todo o fervor revolucionário

Raoul José Pinto



ZZ - ESTUDAR SEMPRE

  • A Condição Pós-Moderna - DAVID HARVEY
  • A Condição Pós-Moderna - Jean-François Lyotard
  • A era do capital - HOBSBAWM, E. J
  • Antonio Gramsci – vida e obra de um comunista revolucionário
  • Apuntes Criticos A La Economia Politica - Ernesto Che Guevara
  • As armas de ontem, por Max Marambio,
  • BOLÍVIA jakaskiwa - Mariléia M. Leal Caruso e Raimundo C. Caruso
  • Cultura de Consumo e Pós-Modernismo - Mike Featherstone
  • Dissidentes ou mercenários? Objetivo: liquidar a Revolução Cubana - Hernando Calvo Ospina e Katlijn Declercq
  • Ensaios sobre consciência e emancipação - Mauro Iasi
  • Esquerdas e Esquerdismo - Da Primeira Internacional a Porto Alegre - Octavio Rodríguez Araujo
  • Fenomenologia do Espírito. Autor:. Georg Wilhelm Friedrich Hegel
  • Fidel Castro: biografia a duas vozes - Ignacio Ramonet
  • Haciendo posible lo imposible — La Izquierda en el umbral del siglo XXI - Marta Harnecker
  • Hegemonias e Emancipações no século XXI - Emir Sader Ana Esther Ceceña Jaime Caycedo Jaime Estay Berenice Ramírez Armando Bartra Raúl Ornelas José María Gómez Edgardo Lande
  • HISTÓRIA COMO HISTÓRIA DA LIBERDADE - Benedetto Croce
  • Individualismo e Cultura - Gilberto Velho
  • Lênin e a Revolução, por Jean Salem
  • O Anti-Édipo — Capitalismo e Esquizofrenia Gilles Deleuze Félix Guattari
  • O Demônio da Teoria: Literatura e Senso Comum - Antoine Compagnon
  • O Marxismo de Che e o Socialismo no Século XXI - Carlos Tablada
  • O MST e a Constituição. Um sujeito histórico na luta pela reforma agrária no Brasil - Delze dos Santos Laureano
  • Os 10 Dias Que Abalaram o Mundo - JOHN REED
  • Para Ler O Pato Donald - Ariel Dorfman - Armand Mattelart.
  • Pós-Modernismo - A Lógica Cultural do Capitalismo Tardio - Frederic Jameson
  • Questões territoriais na América Latina - Amalia Inés Geraiges de Lemos, Mónica Arroyo e María Laura Silveira
  • Simulacro e Poder - uma análise da mídia, de Marilena Chauí (Editora Perseu Abramo, 142 páginas)
  • Soberania e autodeterminação – a luta na ONU. Discursos históricos - Che, Allende, Arafat e Chávez
  • Um homem, um povo - Marta Harnecker

zz - Estudar Sempre/CLÁSSICOS DA HISTÓRIA, FILOSOFIA E ECONOMIA POLÍTICA

  • A Doença Infantil do Esquerdismo no Comunismo - Lênin
  • A História me absolverá - Fidel Castro Ruz
  • A ideologia alemã - Karl Marx e Friedrich Engels
  • A República 'Comunista' Cristã dos Guaranis (1610-1768) - Clóvis Lugon
  • A Revolução antes da Revolução. As guerras camponesas na Alemanha. Revolução e contra-revolução na Alemanha - Friedrich Engels
  • A Revolução antes da Revolução. As lutas de classes na França - de 1848 a 1850. O 18 Brumário de Luis Bonaparte. A Guerra Civil na França - Karl Marx
  • A Revolução Burguesa no Brasil - Florestan Fernandes
  • A Revolução Proletária e o Renegado Kautsky - Lênin
  • A sagrada família - Karl Marx e Friedrich Engels
  • Antígona, de Sófocles
  • As tarefas revolucionárias da juventude - Lenin, Fidel e Frei Betto
  • As três fontes - V. I. Lenin
  • CASA-GRANDE & senzala - Gilberto Freyre
  • Crítica Eurocomunismo - Ernest Mandel
  • Dialética do Concreto - KOSIK, Karel
  • Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico - Friedrich Engels
  • Do sonho às coisas - José Carlos Mariátegui
  • Ensaios Sobre a Revolução Chilena - Manuel Castells, Ruy Mauro Marini e/ou Carlos altamiro
  • Estratégia Operária e Neocapitalismo - André Gorz
  • Eurocomunismo e Estado - Santiago Carrillo
  • Fenomenologia da Percepção - MERLEAU-PONTY, Maurice
  • História do socialismo e das lutas sociais - Max Beer
  • Manifesto do Partido Comunista - Karl Marx e Friedrich Engels
  • MANUAL DE ESTRATÉGIA SUBVERSIVA - Vo Nguyen Giap
  • MANUAL DE MARXISMO-LENINISMO - OTTO KUUSINEN
  • Manuscritos econômico filosóficos - MARX, Karl
  • Mensagem do Comitê Central à Liga dosComunistas - Karl Marx e Friedrich Engels
  • Minima Moralia - Theodor Wiesengrund Adorno
  • O Ano I da Revolução Russa - Victor Serge
  • O Caminho do Poder - Karl Kautsky
  • O Marxismo e o Estado - Norberto Bobbio e outros
  • O Que Todo Revolucionário Deve Saber Sobre a Repressão - Victo Serge
  • Orestéia, de Ésquilo
  • Os irredutíveis - Daniel Bensaïd
  • Que Fazer? - Lênin
  • Raízes do Brasil - Sérgio Buarque de Holanda
  • Reforma ou Revolução - Rosa Luxemburgo
  • Revolução Mexicana - antecedentes, desenvolvimento, conseqüências - Rodolfo Bórquez Bustos, Rafael Alarcón Medina, Marco Antonio Basilio Loza
  • Revolução Russa - L. Trotsky
  • Sete ensaios de interpretação da realidade peruana - José Carlos Mariátegui/ Editora Expressão Popular
  • Sobre a Ditadura do Proletariado - Étienne Balibar
  • Sobre a evolução do conceito de campesinato - Eduardo Sevilla Guzmán e Manuel González de Molina

ZZ - Estudar Sempre/LITERATURA

  • 1984 - George Orwell
  • A Casa dos Espíritos, de Isabel Allende
  • A Espera dos Bárbaros - J.M. Coetzee
  • A hora da estrela - Clarice Lispector
  • A Leste do Éden - John Steinbeck,
  • A Mãe, MÁXIMO GORKI
  • A Peste - Albert Camus
  • A Revolução do Bichos - George Orwell
  • Admirável Mundo Novo - ALDOUS HUXLEY
  • Ainda é Tempo de Viver - Roger Garaud
  • Aleph - Jorge Luis Borges
  • As cartas do Pe. Antônio Veira
  • As Minhas Universidades, MÁXIMO GORKI
  • Assim foi temperado o aço - Nikolai Ostrovski
  • Cem anos de solidão - Gabriel García Márquez
  • Contos - Jack London
  • Crime e castigo, de Fiódor Dostoiévski
  • Desonra, de John Maxwell Coetzee
  • Desça Moisés ( WILLIAM FAULKNER)
  • Don Quixote de la Mancha - Miguel de Cervantes
  • Dona flor e seus dois maridos, de Jorge Amado
  • Ensaio sobre a Cegueira - José Saramago
  • Ensaio sobre a lucidez, de José Saramago
  • Fausto - JOHANN WOLFGANG GOETHE
  • Ficções - Jorge Luis Borges
  • Guerra e Paz - LEON TOLSTOI
  • Incidente em Antares, de Érico Veríssimo
  • Memórias do Cárcere - Graciliano Ramos
  • O Alienista - Machado de Assis
  • O amor nos tempos do cólera - Gabriel García Márquez
  • O Contrato de Casamento, de Honoré de Balzac
  • O Estrangeiro - Albert Camus
  • O homem revoltado - Albert Camus
  • O jogo da Amarelinha – Júlio Cortazar
  • O livro de Areia – Jorge Luis Borges
  • O mercador de Veneza, de William Shakespeare
  • O mito de Sísifo, de Albert Camus
  • O Nome da Rosa - Umberto Eco
  • O Processo - Franz Kafka
  • O Príncipe de Nicolau Maquiavel
  • O Senhor das Moscas, WILLIAM GOLDING
  • O Som e a Fúria (WILLIAM FAULKNER)
  • O ULTIMO LEITOR - PIGLIA, RICARDO
  • Oliver Twist, de Charles Dickens
  • Os Invencidos, WILLIAM FAULKNER
  • Os Miseravéis - Victor Hugo
  • Os Prêmios – Júlio Cortazar
  • OS TRABALHADORES DO MAR - Vitor Hugo
  • Por Quem os Sinos Dobram - ERNEST HEMINGWAY
  • São Bernardo - Graciliano Ramos
  • Vidas secas - Graciliano Ramos
  • VINHAS DA IRA, (JOHN STEINBECK)

ZZ - Estudar Sempre/LITERATURA GUERRILHEIRA

  • A Guerra de Guerrilhas - Comandante Che Guevara
  • A montanha é algo mais que uma imensa estepe verde - Omar Cabezas
  • Da guerrilha ao socialismo – a Revolução Cubana - Florestan Fernandes
  • EZLN – Passos de uma rebeldia - Emilio Gennari
  • Imagens da revolução – documentos políticos das organizações clandestinas de esquerda dos anos 1961-1971; Daniel Aarão Reis Filho e Jair Ferreira de Sá
  • O Diário do Che na Bolívia
  • PODER E CONTRAPODER NA AMÉRICA LATINA Autor: FLORESTAN FERNANDES
  • Rebelde – testemunho de um combatente - Fernando Vecino Alegret

ZZ- Estudar Sempre /GEOGRAFIA EM MOVIMENTO

  • Abordagens e concepções de território - Marcos Aurélio Saquet
  • Campesinato e territórios em disputa - Eliane Tomiasi Paulino, João Edmilson Fabrini (organizadores)
  • Cidade e Campo - relações e contradições entre urbano e rural - Maria Encarnação Beltrão Sposito e Arthur Magon Whitacker (orgs)
  • Cidades Médias - produção do espaço urbano e regional - Eliseu Savério Sposito, M. Encarnação Beltrão Sposito, Oscar Sobarzo (orgs)
  • Cidades Médias: espaços em transição - Maria Encarnação Beltrão Spósito (org.)
  • Geografia Agrária - teoria e poder - Bernardo Mançano Fernandes, Marta Inez Medeiros Marques, Júlio César Suzuki (orgs.)
  • Geomorfologia - aplicações e metodologias - João Osvaldo Rodrigues Nunes e Paulo César Rocha
  • Indústria, ordenamento do território e transportes - a contribuição de André Fischer. Organizadores: Olga Lúcia Castreghini de Freitas Firkowski e Eliseu Savério Spósito
  • Questões territoriais na América Latina - Amalia Inés Geraiges de Lemos, Mónica Arroyo e María Laura Silveira