sexta-feira, 9 de novembro de 2007

A CHINELAGEM NOS PAMPAS

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A CHINELAGEM NOS PAMPAS



Katarina escreve, na Palestina do Espetáculo, sobre a chinelagem no RS:

Neste momento em que escrevo Lasier Martins esbraveja porque há pessoas que “não oferecem risco e estão algemadas”. E depois tem gente a dizer que quem acusa o fascismo e denuncia a fragilidade do estado de direito é delirante. Quem responde pelo que está acontecendo no Rio Grande do Sul? É Lula, de novo? A culpa é de Lula? Mas a turma tá no poder há mais de quarenta anos, com breves intervalos em que estiveram na Assembléia e sempre estiveram no Congresso! E onde estava a PF durante o governo FHC? Por que diabos não há palavras cruzadas sobre isso?

Qual o preceito fiscalista dá conta de uma satisfação às pessoas que apostaram que essa chinelagem seria uma saída mais civilizatória, que iria resolver os problemas do estado “sem demagogia”, “totalitarismo”, “corrupção”? E, mais importante: qual o preceito dessa turma do governo que ainda sobrevive a ponto de achar que pode bancar pacote de aumento de impostos, diante de um escândalo como esses? Onde está a autoridade dos governantes? Em que direção mira o queixo da governadora? Clique AQUI para ler mais.



Escrito por Marco Weissheimer às 00h11
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08/11/2007

ACONTECEU, TÁ NA TV COM....

Estaria a Polícia Federal errando na exposição dos presos?”. Essa é a pergunta que o programa Conversas Cruzadas, da TV COM (RBS) propôs na noite desta quinta-feira. Na abertura do programa, o “âncora” Lasier Martins faz sua introdução dizendo que a ação da Polícia Federal, na Operação Rodin, despertou críticas “na sociedade”. Para os críticos (que ele não diz quem são), é um abuso a exposição de pessoas algemadas entrando em camburões, etc. e tal. A mesma história de sempre. O que é curioso é que, nestes debates, nunca se discute as decisões da Justiça, que determina as prisões. O problema é sempre a Polícia Federal que executa as prisões. E jamais ocorre em relação às prisões executadas pelas polícias civil e militar, que também tem algemas e camburões. Alguém aí já ouviu um debate sobre se "estaria a Polícia Civil errando na exposição dos presos"?

Aconteceu, tá na TV COM, diz Lasier, esbugalhando os olhos. Não é a primeira vez que esse debate é proposto pela RBS. E ele é proposto sempre que alguém da turma dos “homens de bem” acaba aparecendo algemado, entrando em um camburão. As algemas e camburões só incomodam quando atingem pessoas de um determinado grupo social. A patuléia deve se contentar com o Polícia em Ação e com as páginas policiais de Zero Hora e do Diário Gaúcho, onde são protagonistas centrais, com direito a muita exposição, como bem lembrou esta semana o Cristóvão Feil, no Diário Gauche.

Nota publicada hoje no blog de Diego Casagrande: “Começa a ficar clara a razão de a Polícia Federal ter apreendido, com autorização judicial, inúmeros computadores e documentos da Carlos Rosa Advogados Associados. Em três anos, o escritório faturou R$ 4,1 milhões com o Detran-RS, via Fatec, fato considerado burla ao processo de licitação. Segundo a Justiça, o advogado Luiz Paulo Germano é sócio do referido escritório. Trata-se do irmão do deputado federal José Otávio Germano, que à época das fraudes era Secretário de Segurança do RS, a quem o Detran-RS se subordinava. A cronologia das nomeações e contratações é esta: José Otávio Germano torna-se secretário de Segurança; nomeia Carlos Ubiratan dos Santos presidente do Detran; o Detran fecha contratos com a Fatec; a Fatec subcontrata quatro empresas por valores milionários, entre elas a Carlos Rosa Advogados Associados”.

Podem achar tudo a meu respeito, mas sou um homem honesto e honrado", disse ontem, à Band News FM, o deputado federal José Otávio Germano. Ele está acuado. É visível a responsabilidade, no mínimo política, das nomeações que fez. “A Polícia Federal”, prossegue a nota”, “diz que há grande vinculação entre o escritório de advocacia do irmão de Germano e o ex-presidente do Detran-RS, Carlos Ubiratan dos Santos, que continua preso na sede da Polícia Federal em Porto Alegre. ‘Bira’, como é conhecido, é homem de copa e cozinha do ex-secretário de Segurança, tendo sido chefe de gabinete dele durante quase uma década. Além disso, ‘Bira’ chegou ao Detran-RS pelas mesmas mãos. Recentemente, era diretor-financeiro da Trensurb, também por indicação do padrinho”.

Escrito por Marco Weissheimer às 20h21
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PERGUNTAR NÃO OFENDE

Membro titular do diretório estadual do PSDB, Lair Ferst foi um dos coordenadores financeiros da campanha de Yeda Crusius ao governo do Estado, nas eleições de 2006. Na manhã desta quinta-feira, o ex-vice-governador Antonio Hohlfeldt, que até o ano passado era filiado ao PSDB e hoje está no PMDB, declarou ao jornalista Diego Casagrande: “Conheço a ficha do Lair. Quando eu estava no Palacinho ele era proibido de entrar. Jamais o recebi”. Por que Lair era proibido de entrar no Palacinho (escritório do vice-governador)? Por que, até agora, nem a governadora nem o PSDB se pronunciaram sobre a prisão de uma das principais lideranças do partido no Estado? Considerando as informações preliminares disponibilizadas pela Justiça Federal, cabe perguntar ainda: o que é mesmo que Lair Ferst fazia na campanha eleitoral de Yeda Crusius, no ano passado?



Escrito por Marco Weissheimer às 19h29



Diabos, onde está Wally? III...

Wally é um cara legal, boa praça, comum, quase um americano médio do sonho americano. Oops! That’s it! Wally é isso mesmo. Calças jeans e blusa listrada de vermelho e branco, uma coisa querida, enfim. Como tenho astigmatismo desde os nove anos, eu curtia muito brincar de Onde está Wally? Era mais difícil sem óculos. Wally me lembrou o estado das artes na política recente do RS.

Diabos, CADÊ a oposição à chinelagem triunfante no RS?

Falando sério: o que é que é isso? Alguém acredita ainda que um pacote da governadora vai passar sem mais nem menos? Que as pessoas vão aprovar aumento de impostos – coisa que não sou contra, em princípio e ao longo da história -, num pacote delirantemente fanático e devastador contra os serviços públicos? E os sindicatos vão continuar debatendo pacote? Ninguém que faz oposição a essa turma está interessado em defenestrá-los? Não entendem o quanto isso é fundamental para que este estado e esta cidade saiam da nhaca histórica, econômica e política em que se encontram, para não falar do desastre cultural que impera? Mas onde é nós estamos?

É só por que Flavio Koutzii não está mais na Assembléia? Alguém acreditou, por acaso, à esquerda, que zeagá diria o que é quente na Feira do Livro e em quem acreditar?

Parte histórica da direita do RS foi para a jaula ou vai ou vai ter de sapatear muito para não ir. Parte de uma turma intimamente ligada à governadora, como o seu tesoureiro de campanha!

E a oposição está preocupada com pacote? Pacote? O que é isso?

Não, não vou perguntar onde está o pacote. Vou perguntar: onde está Wally? Qual é, tão achando que o PT tem menos autoridade que José Otávio Germano e o tesoureiro da campanha de Yeda? Tão com medo de denunciar o silêncio da Polícia Federal ao longo dos anos FHC? Tão receosos de ligar os fatos do fenômeno do endireitamento progressivo? Again e sem astigmatismo: onde está Wally?

Nenhuma síntese contra a turma que, desde o dia 01 de janeiro de 99 promete a redenção e só entrega desgraça?

O queixo duro e esquisito da governadora e a turminha do fanatismo fiscalista vai mesmo continuar tirando onda de que estão a prometer uma saída para o estado? E até quando surfarão por cima da realidade, sem oposição? O que é que está acontecendo?



Escrito por Katarina Peixoto às 00h26
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08/11/2007

Parte II da chinelagem no RS

Não precisa ser politicista para dizer que privatizar estradas e roubar no DETRAN são linhas correlatas de atuação. O erro do politicismo é achar que tudo é Política e que, assim, não há interesses privados ou não há formações de quadrilhas ou não há história, também. A variante mais próxima do fascismo, dentre os politicistas, é a da potência absoluta da tal da vontade política. É como se existisse a vontade de melancia e a vontade política. Não precisa lembrar que não é assim, mas eu lembro porque a outra via, igualmente alienante, é a que está a reinar. E se trata de uma via perigosa.

É claro, vou logo avisando, que me irrita a hipótese de que alguém me considere normativa. Eu não dirijo outra coisa que a mim mesma e o trabalho que isso me dá não é de pouca monta. Até minhas gatinhas tiram onda de mim. Então chega. Tô no meu brógui, oras!

A via é perigosa, como eu ia dizendo, porque é convincente. É como se o fato de as carteiras de habilitação serem caras fosse aquilo de que se trata esse escândalo no DETRAN, CEEE, protagonizado pela turma que privatizou estrada e quetais e que está no poder, afora os anos Olívio, há décadas, no estado. A via é perigosa porque o palavras cruzadas desta noite está debatendo exageros da Polícia Federal, que estaria “expondo injustamente” os homens de bem que freqüentam a mesma noite e almoços dominicais que o pessoal da tevê...da rádio....da Rede....

Hoje zeagá falava do preço das carteiras de habilitação. A governadora do queixo duro e das explicações moles resolveu entregar o DETRAN para a turma do PTB, gente séria, portanto. Estaria tudo resolvido? Trata-se de deixar a PF atuar? Mas a PF exagera, ou não?

Mas, bem, se estamos perguntando pelos preços das carteiras de habilitação, por que diabos não o fazemos com o preço dos pedágios, assim, via Polícia Federal? Flavio Vaz Neto é inocente até que a lei e uma sentença assim o diga. Detesto o fascismo que acusa de canalha antes do devido processo legal e do amplo direito de defesa. Quem tem mais dinheiro: Olívio Dutra ou Flavio Vaz Neto? Sabemos bem que procurador do estado não ganha lá essas coisas. Tem casa na praia? Em que praia? Ai, que vício fascistóide esse de suspeitar, né? Eu, que sempre achei o Paulão um programa que tivéssemos um MP estadual atuante seria tirado do ar...Mas perdi, de propósito, vá lá, o ponto.

O ponto é que não são os possíveis negócios de uma turma que curte os homens de bem, desde a ditadura, o que está em jogo. Não é o fato de que tem o ex-tesoureiro da campanha da atual governadora, preso por lobby e por envolvimento numa fraude que chega à casa dos milhões.

É o fato de que essa turma tem e vem tendo poder no RS. De que essa é a turma que aprovou a Lei Kandir, que é o pessoal que disse que não tinha jeito e que fazer diferente do que eles fazem é demagogia e totalitarismo. Dados os últimos acontecimentos, fica a dúvida se a única coisa a fazer é erguer o queixo de meia dúzia e deixar as seringas da bagaceirisse triunfante tirando o sangue que resta do estado dos setores de serviço que ainda restam.

Não, não é um problema moral. Sim, eu sou uma baita moralista, mas o problema aqui é a luta pelo poder. É político, é econômico e é histórico. É tão gravemente histórico, aliás, que comecei meu post de ontem buscando um tipo de reflexão sobre a história recente desse estado que dê conta da gravidade e da delinqüência política em que se encontra. Não, não tenho pretensões. Tenho compromisso e tico e teco bem nutridos, faceiros de cuspir em zeagá e de despejar minha rinite matinal por conta de sua tinta e sujeira, em cima das propagandas de sonegadores que grassam em suas páginas.

O problema é político. Essa turma não deve ser interditada apenas porque saqueia o estado. Sempre o fizeram, ora bolas. Devem ser interditados porque são ruinosos à democracia – e por isso sustentaram a ditadura, onde começou o enriquecimento -, ao interesse público, à distribuição de renda, à justiça, à história. Sim, à história. É uma turma bagaceirérrima, muito pouco afeita ao cultivo, ao compromisso teórico, e olha que já são bem nascidos, que já tiveram bibliotecas em casa. Ou alguém acha que a ilustrada e charmosa secretária de cultura leu a luz de velas? Não.

Neste momento em que escrevo Lasier Martins esbraveja porque há pessoas que “não oferecem risco e estão algemadas”. E depois tem gente a dizer que quem acusa o fascismo e denuncia a fragilidade do estado de direito é delirante.

Quem responde pelo que está acontecendo no Rio Grande do Sul? É Lula, de novo? A culpa é de Lula? Mas a turma tá no poder há mais de quarenta anos, com breves intervalos em que estiveram na Assembléia e sempre estiveram no Congresso! E onde estava a PF durante o governo FHC? Por que diabos não há palavras cruzadas sobre isso?

Qual preceito fiscalista dá conta de uma satisfação às pessoas que apostaram que essa chinelagem seria uma saída mais civilizatória, que iria resolver os problemas do estado “sem demagogia”, “totalitarismo”, “corrupção”?

E, mais importante: qual o preceito dessa turma do governo que ainda sobrevive a ponto de achar que pode bancar pacote de aumento de impostos, diante de um escândalo como esses? Onde está a autoridade dos governantes? Em que direção mira o queixo da governadora?

Próximo post: onde está wally, oops, a oposição?



Escrito por Katarina Peixoto às 23h46
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Chinelagem no RS, parte I

Estavam roubando lá no DETRAN. Não é, óbvio, de hoje nem de ontem. Aliás, as matérias dão conta disso. Faz tempo. Uma turma velha conhecida das colunas sociais e também das colunas políticas e, vejam bem, econômicas! Gente de sucesso, com direito a férias em Miami e a casa própria naquele prédio em oferta no encadernado de domingo de zeagá.

É escândalo desses de jornal nacional – ainda que este tenha estado calado, até agora. Escândalo mesmo. Algemas, falcatura, lobby, terceirização, privatização, modernização anos noventa uber alles! Ninguém acredita não é que não se sabia ou que a governadora e o ex-governador não sabiam, é claro. Ninguém pode acreditar é que essa turma privatizou estradas, energia, telefonia, Caixa Estadual assim, com base em preceitos religiosos, que uma turma delirante da Universidade de Chicago decidiu batizar de modernização e meia dúzia de bocós de periferia acreditaram. É claro que não é isso e olhem que eu não sou da turma liberalzinha que se acha esperta porque pensa que tudo é negócio privado.

Nem tudo é política, nem tudo é comércio privado de interesses umbilicais. Tem muito mais perversidade na luta pelo poder e tem muito mais apego ao poder do que pode imaginar uma Palestina do Espetáculo Triunfante.

Em primeiro lugar, essa turma presa, ou acusada ou indiciada, está no poder há tempos. Seja ele político ou econômico, no Estado. Em segundo, trata-se da turma que protagonizou o desmonte legalizado do estado. Não tem assaltante anônimo, ator principal do programa do Paulão. Tem gente com direito a entrevista em capa de zeagá para dizer que foi surpreendido com a PF na sua casa.

Talvez, aí vai uma coisa utópica, todos os detetives de polícia e todos os que pensam e fazem política devessem ler Edgar Alan Poe nas suas formações. A literatura está farta de exemplos em que os culpados nunca deixam de comunicar o seu ato culpável. Um olhar, um gesto, um silêncio, um desaparecimento inexplicável, o medo. É como precisassem se denunciar e eu realmente penso que isso talvez só seja explicável se um dia um wittgenstaniano ou um Montaigniano – existe isso? – erguessem uma variante de filosofia política. Mas é assim. Quem tem culpa diz isso no susto de um olhar.

A mentira, a enganação, a empulhação de seriedade anti-comunista não cai apenas em saunas gays a que católicos empedernidos conduzem suas pernas e outros órgãos. Cai não apenas para quem tem tico e teco em bom convívio e em processo de nutrição permamente – o que, lórreco, implica cuspir e escarrar em zeagá matinalmente. Cai como já caiu várias vezes e vai cair de novo.

Aprender com os erros é outra coisa. Sobre o que vou falar depois. Em tempo, se é que faz algum sentido: é óbvio que o RSUrgente é que está reportando o tamanho da chinelagem que acaba de vir à tona, até em zeagá. Trata-se de saber WHAT A HELL vai fazer a oposição e porque o pacote da governadora NÃO FAZ MAIS SENTIDO ALGUM, a essas alturas do campeonato. Opa, campeonato? Qual, mesmo? Vale a luta pelo poder?




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31/07/2007 18h06 Veja quem já declarou apoio a nossa Campanha

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quinta-feira, 8 de novembro de 2007

SEMINÁRIO TRABALHO PODER E AUTODETERMINAÇÃO


INFORMATIVO DAS ATIVIDADES DOS DIAS 9 E 10 DE NOVEMBRO

ATIVIDADES FINAIS

ATENÇÃO PARA A MUDANÇA DE LOCAL NO DIA 9, SEXTA-FEIRA

Atividade de 09 de novembro (sexta-feira, 19 às 22h)
LOCAL: SINDICATO DOS BANCÁRIOS, General Câmara 424.


§
Tarde: entrevista aberta com John Holloway e Néstor López (BAR DO SINDICATO - 16:30h);


§ Exposição de painéis temáticos dos movimentos, coletivos e sindicatos (AUDITÓRIO).


Atividade de 10 de novembro (sábado, horário conforme programação)
LOCAL: CPERS-SINDICATO, Av. Alberto Bins 480, auditório.

§ 10:00hs: Momento de integração e abertura da atividade;

§
10:30hs: Exposição teórica acerca do tema em geral e dos temas tratados entre os grupos debatedores, por John Holloway e Néstor Lopez;

§
12:00hs: Discussão sobre as exposições;

§
12:45hs: Pausa para o almoço;

§
14:00hs: Discussão coletiva, na forma a ser definida pelos participantes;

§
16:00hs: Encaminhamentos.


Agradecemos todos que participaram até aqui e a todos que chegarão.
Um grande abraço

Coletivo Fim da Linha

OPERAÇÃO RODIN - Fraude no Detran e prisões atingem governo Yeda Crusius


Ação da Polícia Federal contra quadrilha especializada em fraudes no Departamento Estadual de Trânsito provocou a prisão de 12 pessoas. Entre elas, o diretor-presidente do órgão, Flavio Vaz Netto, o ex-diretor, Carlos Ubiratan dos Santos, o diretor da Companhia de Energia Elétrica, Antonio Maciel, e um dos coordenadores da campanha de Yeda, Lair Ferst.

PORTO ALEGRE - Uma ação da Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público Federal, a Receita Federal e o Tribunal de Contas da União, prendeu 12 pessoas no Rio Grande do Sul e expôs um esquema de fraude no setor do trânsito, envolvendo figuras importantes do governo estadual, entre elas, um dos coordenadores da campanha de Yeda Crusius (PSDB) na campanha eleitoral de 2006.

Na Operação Rodin, desencadeada pela Polícia Federal na madrugada desta terça-feira, foram presos, entre outros, o diretor-presidente do Departamento Estadual de Trânsito do RS (Detran), Flavio Vaz Netto, o ex-diretor-presidente do órgão e atual diretor financeiro do Trensurb, Carlos Ubiratan dos Santos (ambos integrantes do Diretório Estadual do PP), o empresário Lair Antonio Ferst (integrante do Diretório Estadual do PSDB e um dos coordenadores da campanha de Yeda Crusius), e o ex-diretor-geral da Assembléia Legislativa, Antonio Dorneu Maciel, integrante da executiva estadual do PP e atual diretor da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE).

O objetivo da ação foi desarticular uma quadrilha especializada em fraudes em contratos públicos realizados pelo Detran. Segundo estimativas da Polícia Federal, a ação dessa quadrilha causou prejuízos de cerca de R$ 40 milhões aos cofres públicos, desde 2002. O Detran teria contratado, sem licitação, a Fundação de Apoio, Ciência e Tecnologia (Fatec), da Universidade Federal de Santa Maria, para fazer avaliação teórica e prática nos exames de habilitação de motoristas de automóveis, usando a estrutura física e os servidores da universidade.

Desde o início da madrugada, policiais federais e servidores da Receita cumpriram 12 mandados de prisão temporária e 43 mandados de busca e apreensão nos municípios de Porto Alegre, Canoas e Santa Maria. As prisões têm desdobramentos políticos que atingem em cheio partidos como o PP, o PSDB e o PMDB no Estado. O Detran, desde o governo de Germano Rigotto (PMDB), vem sendo dirigido por políticos indicados pelo Partido Progressista (PP).

Ligação com escândalo dos selos
As suspeitas sobre irregularidade no Detran são antigas. Em abril deste ano, durante entrevista coletiva em que falou sobre sua demissão do governo, o ex-secretário da Segurança, Enio Bacci (PDT), citou denúncias que teria encaminhado a governadora Yeda Crusius envolvendo o Detran. Bacci falou sobre a existência de contratos lesivos ao Estado no Detran e na própria segurança da Secretaria de Segurança. Na época, Yeda rechaçou as acusações.

As prisões efetuadas nesta terça também respingam em um outro escândalo político recente no RS. O ex-diretor-geral da Assembléia Legislativa, Dorneu Maciel, foi citado por Ubirajara Macalão, pivô do escândalo do desvio dos selos na Assembléia gaúcha, como envolvido no esquema (conforme entrevista publicada no jornal Zero Hora, no dia 16 de julho deste ano). Macalão disse, então, que Maciel o teria orientado em 1996, a providenciar a compra de selos para todos os deputados que fizessem a demanda. Na época, Maciel negou as acusações. Como diretor-geral da Assembléia, Maciel era peça-chave no funcionamento e na articulação política da Casa.

Guerra na disputa pelo Detran
No início deste ano, o site de notícias Vide Versus, de Porto Alegre, publicou a seguinte nota, falando sobre uma guerra na disputa pelo controle do Detran no Estado. A nota afirmava:

“Há uma verdadeira guerra na disputa pela direção superior do Detran do Rio Grande do Sul. O chefe da Casa Civil do governo de Yeda Crusius (PSDB), deputado estadual Luiz Fernando Zachia (PMDB), deseja indicar um companheiro seu para o cargo. O PP entrou na guerra e quer colocar no lugar o procurador de Estado Flávio Vaz Neto. O PDT também está lançando olhar gordo para a direção do Detran, alegando que pegou só lugares "descarnados" da administração estadual, ou seja, sem direito a nomeações. Corre a informação de que a escolha de nome para a direção do órgão passa por uma empresa de Santa Maria, de trabalhista que presta serviços ao Detran”.

A ponta do iceberg
Em entrevista à rádio Gaúcha, Ênio Bacci disse que as prisões realizadas pela Polícia Federal são apenas a ponta do iceberg de irregularidades no Detran. Bacci reafirmou que alertou a governadora Yeda Crusius sobre os problemas no órgão, antes de ser demitido. Yeda rebateu secamente as declarações de Bacci, dizendo: “Ele não pode inverter a verdade. Ele sabe porque foi demitido”. A governadora não explicou o que significa a expressão “inverter a verdade”, no caso das irregularidades no Detran.

Bacci também afirmou que o chefe da Casa Civil do governo do Estado, Luiz Fernando Záchia, teria apoiado a nomeação de Hermínio Gomes Junior, do PMDB, para a Diretoria Administrativa e Financeira do Detran. Hermínio Gomes, Flavio Vaz Netto (Detran) e Antônio Dorneu Maciel (CEEE) foram afastados de seus cargos no governo hoje por determinação judicial.

Também em entrevista à rádio Gaúcha, Záchia negou que tenha respaldado a indicação de Hermínio Gomes para o Detran. Segundo o chefe da Casa Civil, as nomeações foram partidárias, resultantes de indicações de partidos da base aliada de Yeda (prática, aliás, que a atual governadora prometeu que não existiria no “novo jeito de governar”). “Se nós pegarmos as três funções de gestão no Detran, uma é indicação do PP, outra é de uma indicação do PMDB, e outra é uma indicação do PSDB. Todas de pessoas com tradição, de pessoas com reputação, com experiência na área”, explicou didaticamente Záchia. Ele lembrou ainda que Hermínio Gomes Júnior foi diretor do Detran durante o governo de Germano Rigotto (PMDB) e que tem “experiência técnica na área de transportes”.

“Peça-chave na campanha de Yeda”
Até hoje, alguns episódios envolvendo a demissão do ex-secretário da Segurança, Ênio Bacci, são guardados a sete chaves no Palácio Piratini. Ao dizer que Bacci estaria “invertendo a verdade”, a governadora Yeda Crusius enviou um recado ao pedetista, dizendo que “ele sabe porque foi demitido”. A julgar pela evolução dos acontecimentos envolvendo o Detran, Yeda poderá ser obrigada a falar mais do que disse até agora. Bacci bateu forte na governadora hoje. Ele enfatizou que Lair Ferst foi “peça-chave” na campanha eleitoral de Yeda. Ainda segundo Bacci, não basta uma sindicância interna para acompanhar o caso, como anunciou a governadora. “Temos que chamar o Tribunal de Contas e o Ministério Público”, defendeu.

Casado com a ex-Miss Brasil (1986), Deise Nunes, Ferst chegou a ser cotado para ocupar um cargo no primeiro escalão do governo Yeda. No dia 21 de outubro de 2006, a colunista política de Zero Hora, Rosane Oliveira, apontou-o, junto com Sandra Terra, como um dos nomes fortes para ocupar um futuro secretariado de Yeda.

Fraude no Detran aumentou preço de carteiras
O delegado do Núcleo de Combate a Crimes Financeiros, Gustavo Schneider, disse, durante coletiva de imprensa, que o núcleo que elaborou o esquema de fraudes no Detran tinha “bom trânsito junto a círculos decisórios”. As investigações conduzidas pelo Ministério Público Federal, em conjunto com Polícia Federal, Receita e Tribunal de Contas da União, descobriram que a população do RS passou a pagar mais pelos exames teóricos e práticos para a habilitação de motoristas.

O esquema funcionava através da subcontratação, pelo Detran, de empresas terceirizadas (via Fundação de Apoio, Ciência e Tecnologia, da UFSM), que passaram a fazer os exames. O MP e a PF não revelaram os nomes das empresas, dizendo apenas que duas são de Santa Maria. Ainda segundo Gustavo Schneider, essas empresas subcontratadas ilegalmente recebiam um valor mensal fixo e mais uma parcela variável, de acordo com o número de habilitações concedidas. A fundação universitária, segundo o delegado, distribuía o lucro para as empresas, utilizando inclusive malas para entregar o dinheiro, além de empréstimos de pessoas físicas para jurídicas.

PT pede investigações e cogita CPI
O líder da bancada do PT na Assembléia, Raul Pont, defendeu o acompanhamento pela mesa diretora da Assembléia Legislativa do escândalo envolvendo a cúpula do Detran. Pont justificou o pedido argumentando que um dos acusados – Antônio Dorneu Maciel – já ocupou o cargo de diretor geral da Casa e foi apontado por Ubirajara Macalão, como responsável por contratos sob suspeição. “É fundamental que a mesa diretora discuta o tema e adote medidas para acompanhar de perto as investigações. Afinal, os envolvidos nos escândalos ocupam cargos importantes na administração pública por indicação de partidos políticos”, disse o petista.

Outro deputado petista, Fabiano Pereira, anunciou que solicitará à bancada do PT que estude a possibilidade de pedir a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar as administrações de estatais no RS. Além de irregularidades no Detran, o petista quer esclarecimentos sobre denúncias envolvendo as direções da Companhia Rio-Grandense de Artes Gráficas (Corag) e Companhia de Processamento de Dados do Rio Grande do Sul (Procergs).


Interpretações sobre a Revolução Russa

Fonte: http://www.ml-werke.de/bilder/marx_engels_lenin.jpgA Revolução Russa suscita debates veementes. Em nome da continuidade da tradição, as diversas interpretações políticas tendem à unilateralidade e cada qual enfatiza aspectos que expressariam a “verdade histórica” e a legitimaria enquanto expressão dos ideais revolucionários leninistas.

Este é um debate antigo. No calor da revolução se configuraram posições políticas divergentes, inclusive entre os principais dirigentes. A vitória de Stalin não estava determinada a priori, mas é o resultado dos erros e acertos políticos, ou seja, das opções humanas naquele contexto histórico. O fato é que a predominância da vertente stalinista terminou por suprimir as discussões sobre os caminhos e descaminhos da revolução russa. As “verdades” do poder dominante tornaram-se dogmas e as divergências passaram a ter o status de heresias. Isto exigia não apenas a supressão da idéia, mas do também do seu portador, o herege.

A crítica surgiu no seio do partido bolchevique. Muito antes de Stalin consolidar o poder político, a Oposição Operária alertava sobre o processo de burocratização em curso e propunha medidas para resgatar a democracia interna. Os marinheiros de Kronstadt, carregaram a revolução em seus ombros e depois foram massacrados por ordem dos mesmos líderes que ajudaram a colocar no poder.

A supressão da dissidência não foi, porém, absoluta. Ainda que reinasse despoticamente, o regime político do “grande irmão” seria molestado pelas críticas do “profeta banido”. A resistência da oposição de esquerda ao stalinismo foi fundamental enquanto fator que indica ruptura e legado às gerações futuras. O preço pago pela ousadia foi a própria vida: Trotsky morreu no exílio; seus correligionários pereceram nos campos de concentração, o Gulag.

A tradição trotskista sobreviveu ao terror stalinista – ainda que praticamente extirpada do território russo e confinada à periferia do movimento operário no Ocidente. Em que pese o valor deste legado, a dissidência não pode ser reverenciada (sob pena da apologia repetir o culto à personalidade e obscurecer a análise crítica da práxis política). O fetichismo na política equivale à abdicar do pensar crítico, resulta na afirmação de novos dogmas e na miopia dos sectários.

Com efeito, os diversos trotskismos têm uma análise sobre a Revolução Russa enfaticamente objetivista. Seus descaminhos são explicados como simples desvios de rota, determinados pelas “condições objetivas” (atraso da economia, guerra civil, cerco imperialista etc.). Aqui, a primazia da base material induz à secundarização dos “fatores subjetivos” (consciência do papel dos agentes atuantes, coletivos e indivíduos). Com certeza, os aspectos subjetivos influem decisivamente no processo histórico. Os erros de lideranças do porte de Lenin e Trotsky tiveram influência considerável para os rumos do partido e Estado soviético. A proibição de frações e a repressão à rebelião de Kronstadt são exemplos de opções políticas que fortaleceram a centralização e a burocracia.

As “condições objetivas” não determinam que necessariamente haja um único caminho a ser seguido, que não existem opções a serem feitas. Reconhecer isso não significa ignorá-las. A derrota da revolução no Ocidente, em especial na Alemanha, o bloqueio externo e o atraso econômico e cultural da Rússia devem ser levados em conta. Mas se tais fatores foram fundamentais, não foram os únicos e nem justificam os erros políticos cometidos. O contrário seria afirmar religiosamente a tese da infalibilidade dos líderes e/ou da vanguarda, isto é, o partido.

Nessa perspectiva, a história é a atividade dos homens e mulheres reais que, diante dos embates concretos, propõem soluções consideradas as mais corretas em contextos históricos específicos. Qualquer avaliação histórica deve ter em conta que os indivíduos reais não são deuses mitológicos, mas seres humanos sociais cuja ação, apesar de constrangida pelas condições materiais, é também determinada pelas opções que fazem.

Estas considerações são basilares para compreendermos as diferentes interpretações sobre a Revolução Russa. Trotsky, por exemplo, caracterizou a URSS como um Estado operário degenerado, no qual a burocracia, na condição de “camada social privilegiada e dominante”, conseguiu expropriar politicamente o proletariado, mas se viu “obrigada a defender a propriedade do Estado, fonte do seu poder”. Portanto, ele recusa a caracterização da burocracia enquanto “classe capitalista de Estado”. Ele argumenta que a burocracia, ao contrário da burguesia, não pôde dispor dos meios de produção enquanto propriedade privada e, por outro lado, “esconde seus rendimentos” e “finge não existir enquanto grupo social”. Assim, a burocracia representa um caso de “parasitismo social”.[1]

A partir desta análise, Trotsky (1980, pp. 174-77) formula duas hipóteses como perspectivas de superação dos regimes burocráticos:

1) Afastamento da burocracia do poder através de uma revolução política liderada por um partido revolucionário. Essa revolução estabeleceria a democracia socialista e promoveria reformas econômicas de acordo com os interesses das massas. Nessa hipótese não seria necessário “recorrer a medidas revolucionárias em matéria de propriedade”. Portanto, descarta-se a necessidade de “uma nova revolução social”.

2) Restauração capitalista a partir da derrubada da burocracia por um partido burguês. Prevê-se o restabelecimento da propriedade privada dos meios de produção, isto é, uma revolução no terreno da propriedade e do modo de gestão.

As correntes políticas vinculadas à tradição trotskista partilham desta análise. A URSS seria um “Estado operário degenerado” e, conseqüentemente, seria necessária uma nova “revolução política”. As diferentes particularidades entre os países do leste europeu, China, Cuba etc., não foram empecilho para que esta leitura fosse estendida aos mesmos.

Tony Cliff distanciou-se do trotskismo ortodoxo ao formular, a partir de 1947, uma análise crítica das teses de Leon Trotsky. Em “Capitalismo de Estado na Rússia” (1988), Cliff conclui que a insistência em caracterizar a URSS enquanto Estado Operário, a despeito da dominação burocrática stalinista, desconsidera as relações sociais reais, isto é ,a exclusão do controle efetivo dos meios de produção pela classe operária. Rompe-se, assim, a identificação do socialismo com a auto-emancipação e o exercício do poder político pela classe operária. Para Cliff, a URSS e seus satélites eram regimes políticos de “capitalismo de Estado”, nos quais a burocracia desempenhava a função da burguesia capitalista: extrair a mais-valia e dirigir o processo de acumulação.[2]

Esta tese também foi defendida pelo professor David Treece. Para ele, Trotsky “confundia a forma com o conteúdo do Estado operário”. Ele argumenta que a Rússia e os demais países do leste europeu negam as condições que caracterizam o Estado operário: “o sufrágio universal, o direito de revogar os nomes daqueles que fossem representar a sociedade, que estes representantes ganhassem apenas o salário médio do trabalhador comum, que houvesse o máximo de autogoverno e que não houvesse nenhum corpo armado oprimindo o trabalhador” (1994, p. 162).

Charles Bettelheim (1976), simpatizante do maoísmo, formulou tese semelhante à de Cliff. A partir da análise das relações sociais na URSS, concluiu que esta expressava uma formação social capitalista de tipo particular. Paul Sweezy (1981, p. 14), em polêmica com Bettelheim, afirmou que a URSS era uma “sociedade pós-revolucionária” (nem capitalista, nem socialista), na qual a burocracia seria uma classe dominante de novo tipo.

Outros autores, como o filósofo István Mészáros, compartilham a idéia de “sociedade pós-revolucionária”. No entanto, Mészáros (1985) diferencia capital de capitalismo e defende que o sistema soviético não poderia ser caracterizado enquanto “capitalismo de Estado”, mas como uma sociedade dominada pelo capital: permanece intactas a divisão do trabalho e a estrutura de comando do capital. Em outras palavras, ainda que mantivesse traços anticapitalistas, estas sociedades teriam se curvado à lógica da produção e do mercado; seriam híbridas, inicialmente voltadas ao socialismo, mas com regressões e acomodações ao sistema produtor de mercadorias em escala internacional.

Para Robert Kurz (1994, pp. 67-76), os países do ocidente e os do leste europeu tinham em comum os mecanismos de mercado, isto é, inseriam-se na lógica do sistema global produtor de mercadorias e do trabalho abstrato. Ele critica as análises do “socialismo de Estado” por considerar que estas ignoram “os mecanismos da produção de valor” e enfocam os “mecanismos de circulação”. Kurz conclui que o “socialismo real” não constituiu uma “experiência pós-capitalista”, mas sim “uma tentativa de desenvolvimento tardio dentro do projeto de modernização capitalista”. Ao estabelecer a identidade histórica entre o capitalismo e o “socialismo real”, considerando-os como formas de produção de mercadorias sob o comando do capital, Kurz caracteriza o stalinismo como “uma ditadura de desenvolvimento” que teria cumprido um papel histórico semelhante aos movimentos que propiciaram a consolidação do capitalismo e da democracia liberal (como a Revolução Francesa, o colonialismo etc.).

As interpretações se multiplicam. Pode até parecer bizantinice, mas tem importância na medida em que as esquerdas marxistas reivindicam o legado da tradição bolchevique e procuram legitimar os seus olhares históricos. Trata-se da disputa do “capital simbólico” capaz de fortalecer organizações e agentes políticos do tempo presente. As metamorfoses pelas quais passaram a esquerda marxista-leninista-trotskista forma influenciadas pelas diferentes avaliações sobre a Revolução Russa e seus desdobramentos.

De qualquer forma, a derrocada dos regimes políticos na URSS e leste europeu, a partir de 1989, desmontaram os “castelos de areia” sobre os quais “gigantes de pés-de-barro” perambulavam. Verdades absolutas que pareciam eternas desvaneceram-se no turbilhão que varreu aquelas sociedades. Eram dogmas que serviram de bússola à várias gerações de militantes e que influíram significativamente sobre o movimento operário internacional. Seu desmoronamento representou o acerto de contas com a herança marxista-leninista, embora permaneçam os recalcitrantes, e tornou obsoleto os esquemas maniqueístas e economicistas. Abriu-se, novamente, a possibilidade de repensar criticamente os marxismos e alçar o debate sobre a utopia socialista a um patamar sem precedentes na história. Para tanto, é preciso se dispor a aprender com o passado e abandonar as unilateralidades.

A derrocada do “socialismo real”, burocrático e autoritário, expressa a crise de determinadas leituras sobre a experiência da Revolução Russa e seus desdobramentos internos e externos. A vertente trotskista e as que se inserem no leito ideológico da Internacional Comunista é questionada em seus fundamentos. A conceituação de Estado operário degenerado, por exemplo, indica a identificação com o “socialismo”, ainda que deturpado pelo “desvio” stalinista. Ora, por outras vias, os Partidos Comunistas pró-Moscou chegavam à mesma conclusão: de forma ainda mais enfática e intransigente decretavam o caráter socialista da URSS os regimes políticos do leste europeu – com o agravante de manterem intocáveis os mecanismos da cultura autoritária stalinista, mesmo tendo ensaiado a crítica após o XX Congresso do PCUS.

A análise dos PCs vinculados à tradição stalinista era, no mínimo, singular: a URSS e seus congêneres teriam sido socialistas até a morte de Stalin. Este, para os stalinistas de todas as matizes, teriam representado a continuidade de Marx a Lenin, compondo a tríade “Marx-Lenin-Stalin”. O próprio Stalin reforçou esta tese ao colocar-se como herdeiro e guardião do marxismo e do leninismo. Nem as denúncias de Kruchev abalaram o culto ao “guia genial dos povos” – o partido comunista albanês e o brasileiro, PCdoB, ilustram-no.

Um dos fatores compartilhados pela tradição vinculada à Terceira Internacional é a concepção de partido. Trotsky, ao combater a “Oposição Operária”, afirmou a superioridade do partido em relação à massa. O partido, por sua própria natureza de vanguarda, seria a garantia da ditadura do proletariado (seu caráter aparece como algo “natural”, garantido a priori e de forma permanente). O “profeta armado” cultuou o partido ao defender o “direito” deste em “afirmar sua ditadura, mesmo que ela se choque com o estado de espírito passageiro da democracia dos trabalhadores”.[3] A democracia operária é substituída pela necessidade objetiva de garantir a sobrevivência da revolução, pelos “direitos” do partido, o qual se sobrepõe à classe que afirma representar.

Não obstante, o próprio Lenin reconheceu as deformações do processo revolucionário e combateu-os energicamente até os últimos dias de vida. Também Trotsky, e apesar dos seus equívocos, se dedicaria até o último instante da sua vida à luta contra o domínio burocrático O poder de Stalin consolidou-se com a morte de Lenin, a derrota da oposição interna, o exílio de Trotsky e a supressão de qualquer manifestação dissidente através da repressão e aniquilamento físico. Trotsky, tornou-se o “profeta desarmado”, depois “banido” e, finalmente, assassinado por um agente a soldo da política stalinista.

O calvário trotskista, e da dissidência em geral, não anulam as contradições políticas inerentes ação humana. Quem age, acerta e erra; faz opções corretas e outras que se revelam catastróficas. As realizações não absolvem os pecados dos profetas derrotados. E aos seguidores é prudente manter uma atitude de admiração crítica, ao invés da cegueira apologética. O problema é que o pensamento maniqueísta reduz o mundo a “nós” e “eles”, o “bem” e o “mal”. Assim, o crítico é logo catalogado como “de direita”, “liberal” ou outro epíteto qualquer que o desqualifique. Tais procedimentos diferem da tradição crítica presente no seio do próprio marxismo, concebido enquanto pluralidade e que inclui autores heterodoxos.

Rosa Luxemburgo é um exemplo. Defensora intransigente da Revolução de Outubro, ela não se esquivou da crítica. Em pleno curso revolucionário, ela profetizou o desenlace historicamente conhecido ao apontar os equívocos e riscos da universalização do modelo bolchevique. Sua crítica atinge o âmago da concepção de socialismo e de partido da liderança bolchevique:

“A teoria da ditadura, segundo Lenin-Trotsky, admite tacitamente que a transformação socialista é uma coisa para o qual o partido da revolução tem no bolso uma receita inteiramente pronta e que se trata senão de aplicá-la com energia. Infelizmente – ou felizmente, se quiserem – não é assim. Bem longe de ser uma soma de prescrições feitas, que não teriam mais do que ser aplicadas, a realização prática do socialismo como sistema econômico, jurídico e social é algo que fica completamente envolvido nas brumas do futuro. O que temos agora em nosso programa não são mais do que alguns marcos orientadores que indicam a direção geral a seguir – indicações aliás, de um caráter sobretudo negativo. Sabemos mais ou menos o que preliminarmente devemos suprimir no sentido de deixar o caminho livre para a economia socialista. Ao contrário, nenhum programa de partido, nenhum manual de socialismo pode indicar de que espécie são as milhares de grandes e pequenas medidas concretas que têm em vista introduzir os princípios socialistas na economia, no direito, em todas as relações sociais” (LUXEMBURGO, 1988, p. 219).

Portanto, o socialismo, por sua própria essência, não pode ser outorgado ou introduzido por decreto. Com efeito, a “realização” do socialismo na Rússia pós-revolucionária passou a ser uma tarefa do partido e deveria ser concluída a partir da esfera estatal. A realização da ditadura do proletariado através do partido levou à restrição da democracia proletária, à substituição da classe pelo partido (depois pelo Comitê Central e, finalmente, pelo secretário-geral).[4] Paradoxalmente, em nome do proletariado, instituiu-se a ditadura contra este. Como afirma Rosa Luxemburgo:

“O erro fundamental da teoria de Lenin-Trotsky está justamente em que, tal como Kautsky, eles opõem democracia e ditadura. “Democracia ou Ditadura”, assim se coloca a questão tanto para os bolcheviques como para Kautsky. Este último, bem entendido, pronuncia-se pela democracia burguesa, pois a contrapõe à transformação socialista. Lenin e Trotsky, ao contrario, pronunciam-se pela ditadura de um punhado de pessoas, quer dizer, pela ditadura segundo o modelo burguês” (idem, p. 223).

O stalinismo, enquanto fenômeno social e político, corresponde a um determinado contexto histórico, alimenta-se dos erros e contradições do bolchevismo para legitimar-se e obter respaldo político-ideológico necessário ao seu predomínio. Até então, ele constitui-se apenas enquanto uma tendência em disputa com outras posições no interior do partido e do Estado russo. Neste sentido, ele incorpora aspectos que expressam continuidades. As permanências não são absolutas, mas correspondem às necessidades de legitimação, isto é, de apresentar-se como herdeiro da “tradição leninista”.

Não existe continuidade ou descontinuidade absolutas. No plano imediato, a ruptura não é plena: seus germens gestam-se no estágio anterior, desenvolvem-se e consolidam-se. A superação do “velho” não tem o sentido de descartar o passado em sua totalidade. O “novo” é um movimento duplo, simultâneo e contraditório, de negação e incorporação de determinados aspectos do “velho”. Nesse processo, os elementos essenciais que poderão gerar as condições para a que a ruptura se consolide, e seja instaurada a nova ordem, encontram-se em simbiose com os aspectos sobreviventes da velha ordem, acobertam-se me torno destes, confundem-se e, ao mesmo tempo, nutre-se dos erros daqueles que desejam implantar o “novo mundo”. A contra-revolução levanta a cabeça tão logo a nova ordem parece se impor, pois é da natureza do poder político combater os elementos desestabilizadores. A revolução burguesa não suplantou de imediato e definitivamente os valores feudais; a revolução russa teve que conviver com o passado feudal; o stalinismo teve que se referenciar no leninismo. As interpretações enfaticamente “subjetivistas” ou “objetivistas” potencializam os resultados e subestimam a contradição dialética entre o “velho” e o “novo”, o fator “subjetivo” e o “objetivo” e as necessidades imperiosas de consolidação da ordem.

Considerar o processo histórico implica ter em relevância as contradições inerentes ao mesmo e negar os formalismos simplistas e idealistas de uma história pretensamente linear e restrita à ação dos líderes. Afirmações e negações centradas em figuras históricas individuais tendem ao reducionismo. Com efeito, o stalinismo não se resume à figura de Stalin, mas é um sistema, definido por Lucáks (1971, p. 2) como uma pirâmide, na qual Stalin ocupava seu vértice e que, “alargando-se, sempre na direção da base, compunha-se de “pequenos-stalins”, os quais, vistos de cima, eram produtores e mantenedores” da pirâmide.

O stalinismo representou a consolidação de uma concepção de partido monolítico e militar. Nessa concepção, não basta a submissão da minoria à maioria, é preciso eliminá-la. Este partido não encontra paralelo na práxis do bolchevismo à época de Lenin. A concepção leninista de partido foi criticada por muitos, inclusive por Rosa Luxemburgo. Mas o fato histórico é que, pelo menos até 1921, sua tendência autoritária não se manifestou de forma tão intensa quanto na fase stalinista. Contudo, observe-se que a derrota da dissidência interna, ainda na época em que Lenin vivia, terminou por favorecer as pretensões do aparato burocrático em torno de Stalin. O próprio Trotsky cometeria erros que aplanariam o caminho do stalinismo. Se sob Lenin determinadas medidas, ainda que passíveis de críticas, eram concebidas como transitórias, ditadas pelas necessidades conjunturais, sob Stalin, elas ganham caráter definitivo e status de verdade inquestionável.

O trotskismo, à sua maneira, faz o culto à personalidade, ao grande líder. Talvez seja uma necessidade humana cultuar determinados indivíduos, ainda mais quando estes passam à história como vítimas e potenciais portadores da redenção. Porém, sem sombras de dúvidas, o stalinismo levou às últimas conseqüências o culto ao líder. Stalin procurou, de todas as formas, fomentar este aspecto – a começar pelo funeral de Lenin e sua “canonização”.

O stalinismo formulou a tese do “socialismo num só país” e esta representa uma ruptura com o internacionalismo que caracterizou os revolucionários no tempo de Lenin. Esta concepção atendeu às necessidades de instrumentalização e subordinação dos comunistas de todos os países aos interesses da URSS, ou seja, de Stalin. Mas também é preciso observar que a “bolchevização” da Internacional Comunista, ainda na época de Lenin-Trotsky, apontava para a padronização de um modelo universal e submissão dos “partidos irmãos” às diretrizes da política soviética.

A tendência à burocratização não é monopólio da revolução russa. A social-democracia alemã, muito antes desta, já consolidava a sua degeneração. Essa tendência é inerente às organizações partidárias e constitui um dilema. Por outro lado, é importante reconhecer que os fatores de negação da Revolução Russa, isto é, sua “face stalinista”, só se consolidaram após intensa luta dentro e fora do partido – só então se tornaram predominantes e incontestáveis. Para isso, foi preciso a contra-revolução, cuja face mais visível foi o terror stalinista contra a velha guarda bolchevique e a eliminação física dos dissidentes (dentro e fora do território russo). Mesmo levando-se em consideração que os erros de líderes como Lenin e Trotsky tenham favorecido a ascensão de Stalin e do grupo social que lhe deu sustentação, sua consolidação no poder caracteriza a negação da práxis política destes.

Considerações conclusivas...

O stalinismo continua vivo nos corações e mentes, nas ações e reações. Ele respira pelos poros de teorias sobre a organização revolucionária do proletariado como sua vanguarda e Estado maior, nos processos de burocratização, numa concepção política que aprisiona o indivíduo ao coletivo, nos mecanismos que limitam a democracia interna (por exemplo, a proibição de tendências internas), na intolerância diante das divergências, nos expurgos mútuos, na desqualificação do oponente, numa concepção de fazer política onde os fins justificam quaisquer meios, num determinismo economicista que, concretamente, desconsidera as ações e opções humanas. Em suma, o stalinismo permeia a prática política até mesmo de muitos anti-stalinistas.

Os raciocínios maniqueístas e a adoração acrítica dos indivíduos prejudicam a compreensão da Revolução Russa. A legitimidade das diversas interpretações sobre esta não anula a necessidade de romper com a unilateralidade e de analisar criticamente os próprios argumentos. A consciência da complexidade que envolve esta polêmica e a tolerância em relação aos argumentos diferentes é a condição para o verdadeiro debate, o qual, na maioria das vezes restringe-se apenas ao “marcar posição”, a reforçar a crença dos convertidos. Na verdade, tais procedimentos não caracterizam debate, mas doutrinação.

__________

[1] Ver a análise de Trotsky em A Revolução Traída (1980, pp. 80 e 172-173).

[2] A obra de Tony Cliff foi resgatada por Alex Callinicos (1992). Internacionalmente, essa posição foi defendida por intelectuais e militantes do SWP, fundado na Inglaterra, em junho de 1951. Nesta corrente política, além de Cliff e Callinicos, destaca-se Cris Harman. No Brasil, esta tese foi adotada pelos militantes do Grupo Rebento (Revolução Permanente).

[3] Citado em DEUTSCHER (1984, p. 542). Isaac Deutscher mostra as contradições da formulação de Leon Tortsky, o qual alterna momentos de crítica com outros de afirmação de uma concepção de partido profundamente autoritária e que substitui a classe operária – bem ao gosto da burocracia, sustentáculo da dominação stalinista.

[4] Rosa Luxemburgo, já em 1905, polemizara com a concepção de partido leninista, apontando sua tendência autoritária (Ver LENIN & LUXEMBURGO, 1985).

Referências bibliográficas

BETTELHEIM, C. As lutas de classes na URSS. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1976.

CALLINICOS, A. A vingança da história: o marxismo e as revoluções do Leste Europeu. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1992.

CLIFF, T. State Capitalism in Russia. Londres, 1988.

DEUTSCHER, I. O Profeta Armado. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1984.

KURZ, R. Do fim da URSS à crise da economia mundial. In: COGGIOLA, Oswald (org.). História e crise contemporânea. São Paulo: FFLCH-USP; Edições Pulsar, 1994, pp. 67-76..

LENIN, V. I. e LUXEMBURGO, R. Partido de Massas ou Partido de Vanguarda. São Paulo, Nova Stela, 1985.

LUCAKS, G. Carta sobre o Stalinismo. Lisboa: Seara Nova, 1971.

LUXEMBURGO, R. A Revolução Russa. In: VARES, Luiz Pilla (org.). Rosa, a vermelha. São Paulo: Busca e Vida, 1988.

MÉSZÁROS, I. Poder político e dissidências nas sociedades pós-revolucionárias. In: Ensaio14. São Paulo: Editora Ensaio, 1985.

SWEEZY, P. A sociedade pós-revolucionária. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1981.

TREECE, D. O fim do capitalismo de Estado na Rússia. In: COGGIOLA, Oswald (org.). História e crise contemporânea. São Paulo: FFLCH-USP; Edições Pulsar, 1994.

TROTSKY, L. A revolução traída. São Paulo: Global Editora, 1980.

ANTONIO OZAÍ DA SILVA

Por que Zurdo?

O nome do blog foi inspirado no filme Zurdo de Carlos Salcés, uma película mexicana extraordinária.


Zurdo em espanhol que dizer: esquerda, mão esquerda.
E este blog significa uma postura alternativa as oficiais, as institucionais. Aqui postaremos diversos assuntos como política, cultura, história, filosofia, humor... relacionadas a realidades sem tergiversações como é costume na mídia tradicional.
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  • Cidades Médias - produção do espaço urbano e regional - Eliseu Savério Sposito, M. Encarnação Beltrão Sposito, Oscar Sobarzo (orgs)
  • Cidades Médias: espaços em transição - Maria Encarnação Beltrão Spósito (org.)
  • Geografia Agrária - teoria e poder - Bernardo Mançano Fernandes, Marta Inez Medeiros Marques, Júlio César Suzuki (orgs.)
  • Geomorfologia - aplicações e metodologias - João Osvaldo Rodrigues Nunes e Paulo César Rocha
  • Indústria, ordenamento do território e transportes - a contribuição de André Fischer. Organizadores: Olga Lúcia Castreghini de Freitas Firkowski e Eliseu Savério Spósito
  • Questões territoriais na América Latina - Amalia Inés Geraiges de Lemos, Mónica Arroyo e María Laura Silveira