sexta-feira, 4 de abril de 2008

Crises e hecatombes






A crise atual poderá ser mais ou menos extensa e profunda, mas não será a crise terminal do poder americano, muito menos do capitalismo. Pode-se pensar numa hecatombe que destrua moedas e estados, mas com certeza, não será o caminho mais curto, nem o mais pacífico, para um mundo melhor.

No início da década de 1970, o economista norte-americano, Charles Kindelberger, formulou uma teoria que exerceu grande influencia acadêmica e política, dentro e fora dos Estados Unidos. Segundo Kindelberger, “a economia mundial liberal precisa de um país estabilizador e só um país estabilizador" . Um país que forneça aos demais, alguns “bens públicos” indispensáveis ao bom funcionamento da economia internacional, como a moeda, o livre-comércio, e a coordenação das políticas econômicas nacionais.

O mundo estava vivendo a crise final do Sistema de Bretton Woods, e estava assistindo a derrota dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã. E Charles Kindelberger estava preocupado com a possibilidade de uma nova grande crise e depressão que fosse provocada, como nos anos 30, pela falta de uma “liderança mundial”. Durante as décadas seguintes, esta “teoria da estabilidade hegemônica” se transformou no denominador comum de um grande debate sobre as “crises” e as “transições” hegemônicas, na história do sistema mundial. Incluindo, um grupo de autores marxistas norte-americanos, como Immanuel Wallerstein e Giovanni Arrighi, que atribuem a ordem mundial dos últimos séculos, à sucessão de três grandes potencias hegemônicas: Holanda, Grã-Bretanha e Estados Unidos.

Os participantes deste debate tinham posições teóricas diferentes, mas quase todos compartiam a tese de que os Estados Unidos estariam vivendo seu “declínio hegemônico”, depois da “crise dos anos 70”. E mais recentemente, quase todos consideram que o fracasso americano no Oriente Médio, e o “derretimento do dólar”, neste início do século XXI, fazem parte já agora, de uma “crise terminal” da hegemonia americana.

Assim mesmo, estes autores não conseguem responder de forma satisfatória, a três perguntas fundamentais: i) como foi que a crise dos anos 70 acabou restaurando a hegemonia e fortalecendo o poder americano; ii) porque esta nova crise de 2007-2008, não poderá ter um desdobramento semelhante, no longo prazo; iii) e por fim, mesmo que a crise adquirisse natureza catastrófica, quem substituiria os Estados Unidos, e como funcionaria o novo sistema monetário e financeiro internacional, depois da morte do dólar?

Começando pela “crise dos 70”: hoje se pode ver que não houve declínio, pelo contrário, foi na década de 70 que se definiram as novas políticas e regras responsáveis pela multiplicação exponencial da riqueza e do poder americano, no último quarto do século XX. Foi quando os Estados Unidos deixaram de ser “credores”, e passaram para a condição de “grandes devedores” da economia mundial. Mas ao mesmo tempo, sua dívida e sua capacidade de endividamento se transformaram no primeiro motor da economia mundial, destes últimos 30 anos. Foi também na década de 70, que o “padrão dólar-ouro” foi substituído pelo novo sistema monetário internacional “dólar-flexível”, lastreado, em última instancia, no poder americano, e nos seus títulos da dívida publica.

Por outro lado, são também da década de 70, as políticas de desregulação dos mercados financeiros anglo-americanos, que lideraram o processo de globalização financeira, do final do século XX. E por fim, foi à sombra da derrota americana no Vietnã, em 1973, que os Estados Unidos e a China negociaram sua nova parceria econômica que se transformou na grande locomotiva da economia mundial, no início do século XXI. Ou seja, desde a crise de 70, em vez do “declínio americano”, o que se assistiu foi uma mudança profunda da economia mundial, e um aumento exponencial do poder dos Estados Unidos..

Agora de novo, depois do fracasso das Guerras do Afeganistão e do Iraque, e da desvalorização do dólar, provocada pela crise financeira de 2007 e 2008, volta-se a falar no “colapso” e na “crise final” da hegemonia americana . Mas até o momento, ainda não se configurou uma crise estrutural ou global, nem existe sinal de que os Estados Unidos venham a desocupar sua liderança capitalista. Pelo contrário, apesar das suas dimensões, tudo indica ser uma crise “regular”, dentro de um sistema que é, por excelência, contraditório, instável e conflitivo. Dentro das novas regras e estruturas criadas a partir da crise dos 70, os Estados Unidos definem de forma exclusiva o valor de uma moeda que é nacional e internacional, a um só tempo, e que está lastreada nos títulos da dívida pública do próprio poder emissor da moeda.

Além disto, os Estados Unidos, possuem um sistema financeiro nacional desregulado, e são – ao mesmo tempo - a cabeça de uma “máquina de crescimento” global, que funciona em conjunto com a economia nacional chinesa. Dentro deste sistema, extremamente complexo, toda crise financeira interna da economia americana pode afetar a economia mundial, pela corrente sanguínea do “dólar flexível” e das finanças globalizadas. E todos os seus ciclos internos de “valorização de ativos”, ( em particular, imóveis, cambio e bolsa de valores) se descolam com facilidade dos circuitos produtivos e mercantis, e se balizam pelas variações da dívida publica e da política de juros do governo norte-americano.

Por isto, as “bolhas” são sempre uma ameaça potencial para a economia mundial, mas não são apenas “capital fictício”, nem são apenas “especulação”. São mais do que isto, é um ciclo específico de valorização do capital, que só é possível dentro de um sistema monetário e financeiro desregulado e atrelado diretamente ao endividamento publico do governo americano.

A crise atual poderá ser mais ou menos extensa e profunda, mas não será a crise terminal do poder americano, nem muito menos, do capitalismo. Por enquanto, não é provável uma “fuga do dólar”, porque o euro, o yuan e o yen, não tem fôlego financeiro internacional. E acreditar na criação de uma moeda supra-nacional, é fugir para o mundo da fantasia, desconhecendo o sistema mundial em que vivemos. “Dentro deste sistema, não existe a menor possibilidade de que a liderança da expansão econômica do capitalismo possa sair das mãos dos “Estados-economias nacionais” expansivos e conquistadores, com suas moedas nacionais e com seus “grandes predadores”..” Por fim, como “ciência ficção”, pode-se pensar numa hecatombe que destrua moedas e estados, mas com certeza, não será o caminho mais curto, nem o mais pacífico, para um “mundo melhor”.



José Luís Fiori, cientista político, é professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Participe do abaixo-assinado da PEC do Trabalho Escravo




Movimentos sociais do campo e organizações dos direitos humanos organizaram um abaixo-assinado pela aprovação da Proposta de Emenda Constitucional número 438, a PEC do Trabalho Escravo. Clique aqui para assinar.

Ela foi apresentada em 1999, pelo ex-senador Ademir Andrade (PSB-PA), e propõe nova redação ao Art. 243 da Constituição Federal, que trata do confisco de propriedades em que forem encontradas lavouras de plantas psicotrópicas ilegais, como a maconha. A nova proposta estende a expropriação – sem direito à indenização – também para casos de exploração de mão-de-obra análoga à escravidão. A PEC 438/2001 define ainda que as propriedades confiscadas sejam destinadas ao assentamento de famílias como parte do programa de Reforma Agrária.

No Senado Federal, a PEC tramitou durante dois anos e foi aprovada em 2001. Na Câmara, permanece parada desde 2004. No mês de agosto daquele ano, a matéria foi aprovada em primeiro turno no Plenário da Casa - com 326 votos favoráveis, dez contrários e oito abstenções. Desde então, permanece à espera da votação em segundo turno.

A votação da proposta em 2004 foi impulsionada pelas pressões geradas após o assassinato de três auditores fiscais e um motorista do Ministério do Trabalho e Emprego, em Unaí (MG), durante uma emboscada em janeiro do mesmo ano.

De 1995 até hoje, mais de 26 mil trabalhadores foram resgatados da escravidão pelos grupos móveis de fiscalização do governo federal, integrados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério Público do Trabalho e Polícia Federal, além das equipes de fiscalização rural das Delegacias Regionais do Trabalho. Veja a lista de proprietários sustentados pelo trabalho escravo.

Clique aqui e recomende esta página.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Resistindo ao obscurantismo antivivisseccionista





















Prof. Jorge A. Quillfeldt

Depto. de Biofísica, IB

Programa de Pós-Graduação em Neurociências, ICBS

Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento


A recente proibição do uso de animais em pesquisa nos municípios de Florianópolis (Lei 7.486 de 07/12/2007) e Rio de Janeiro (Lei. 4.731 de 04/01/2008), colocou a comunidade científica brasileira em estado de alerta. Tais interdições, se prosperassem, causariam graves prejuízos ao desenvolvimento científico e tecnológico nacional, afetando, por exemplo, instituições do porte de uma UFRJ ou uma UFSC, ambas reconhecidas protagonistas no cenário científico nacional.


O tema é recorrente e deriva da carência de uma legislação específica sobre o assunto: há treze anos tenta-se aprovar o Projeto de Lei Federal 1.153/1995, que disciplina pontos fundamentais como a criação de Comissões de Ética nas instituições que usam animais, incentivo à aplicação dos três eixos bioéticos da redução – refinamento – substituição, e previsão de penalidades aos infratores. Enquanto isto, crescem no país os movimentos antivivisseccionistas – também chamados de “anti-especistas” -, que se aproveitam de um vazio legal para promover a implantação de legislação restritiva local que não seria possível se existisse uma Lei Federal disciplinadora.


Estudos empregando animais de experimentação são fundamentais para o desenvolvimento de soros, vacinas e novos medicamentos para tratamento de doenças, não só de seres humanos, mas também de animais. A ciência avançou muito, mas ainda há muito por fazer. A saúde e mesmo a vida, inclusive das gerações vindouras, depende de nosso esforço investigativo hoje. As chamadas alternativas ao uso de animais vivos em experimentação - cultura de células, modelos e programas de computador - não passam de complementos ao estudo em seres vivos reais, uma vez que apenas organismos vivos intactos e saudáveis respondem como sistemas multifuncionais integrados: examinando apenas as partes, não é possível compreender-se o todo. Os estudos em seres humanos são realizados apenas em fases posteriores do ensaio de medicamentos e procedimentos clínicos, e sempre sob o instituto do Consentimento Informado, uma das conquistas advindas do julgamento de Nuremberg, que examinou os traumáticos acontecimentos dos campos de concentração nazistas.


Os alegados maus tratos a animais de experimentação, mencionados por militantes antivivisseccionistas como justificativa para a nova legislação, não correspondem nem de longe à realidade, até porque a comunidade científica, não só no Brasil mas no mundo todo, tem seu proceder rigidamente controlado em diferentes instâncias, que vão desde os Comitês de Ética em Experimentação, já estabelecidos em muitas das Universidades e Centros de Pesquisa, até a legislação nacional e internacional (mais ampla) existente, chegando ao filtro último que representam os comitês editoriais das revistas científicas indexadas, que apenas publicam o que está de acordo com o normatizado em termos éticos. Felizmente, a comunidade científica nacional começou a movimentar-se, obtendo alguns primeiros sucessos. No Rio, conseguiu-se o veto do prefeito ao projeto carioca, mas esse foi derrubado pelos vereadores: estuda-se agora aprovar legislação estadual para restringir a iniciativa municipal. Em Florianópolis, depois de muita discussão, aprovou-se uma regulamentação detalhada da Lei criada em dezembro, que reverte a proibição, inclusive com apoio de alguns dos mesmos vereadores que a propuseram originalmente.


Mas não basta o esforço jurídico-legislativo: é preciso que a comunidade científica desperte para a importância de ela própria assumir seu papel informador e também formador da opinião pública, não só como defesa de sua atividade, mas principalmente por ser uma obrigação de qualquer instituição produtora de conhecimento sustentada por recursos públicos. Deve-se promover um diálogo inteligente e respeitoso com os cidadãos, centrado na lógica dos argumentos em prol do uso de animais de experimentação. As justificativas existem e delas depende, por fim, o bem-estar de todos, mesmo de quem não sabe. E a responsabilidade em difundi-las é principalmente nossa.


Parafraseando um certo apresentador de TV já falecido, cientista que “não se comunica, se trumbica”...


(publicado no Jornal da Universidade - UFRGS)

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Proposta de Emenda Constitucional 438/200
















"Exigimos a aprovação imediata da Proposta de Emenda Constitucional 438/2001, que prevê o confisco de terras onde trabalho escravo foi encontrado e as destina à reforma agrária. A proposta passou pelo Senado Federal, em 2003, e foi aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados em 2004. Desde então, está parada, aguardando votação". Este é o teor do abaixo-assinado organizado pelo "Movimento Nacional pela Aprovação da PEC 438 e pela Erradicação do Trabalho Escravo".

Integram o movimento: a Subcomissão de Combate ao Trabalho Escravo no Senado Federal, Subcomissão de Combate ao Trabalho Escravo, Degradante e Trabalho Infantil na Câmara dos Deputados, Secretaria Especial dos Direitos Humanos, OIT, CPT, Fórum Nacional da Reforma Agrária, MST, Via Campesina, Contag, Fetraf, Coetrae-MA, Coetrae-TO, CDVDH, CRS, Sinait, Anamatra, ANPT, ANPR, AMB, Ajufe, OAB, Abra,Grupo de Pesquisa Trabalho Escravo Contemporâneo, Movimento Humanos Direitos, Repórter Brasil, Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social.

Se quiser assinar o abaixo-assinado é só clicar aqui.

Cuba - Discurso do presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros, Raúl Castro Ruz - Quanto mais dificultades, mais exigência, disciplina e unidade







• Discurso proferido pelo presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros, Raúl Castro Ruz, no encerramento da sessão constitutiva da 7ª Legislatura da Assembléia Nacional do Poder Popular

Companheiras e companheiros:

Raúl Castro Ruz• É claro o mandato do povo a esta Legislatura: continuar fortalecendo a Revolução num momento histórico que exige de nós sermos dialéticos e criadores, como nos disse Fidel em sua importante Reflexão de 14 de janeiro passado.

Muitas expectativas se criaram, tanto em Cuba quanto no exterior, a respeito da integração do Conselho de Estado, recém-eleito pela Assembléia. A fundamental foi esclarecida por Fidel em sua Mensagem de 18 de fevereiro. Eu posso acrescentar pouco às palavras expressas por ele, excepto reconhecer a nosso povo, em nome da direção da Revolução, as inúmeras mostras de serenidade, madureza, confiança em si próprio e a combinação de genuínos sentimentos de tristeza e de firmeza revolucionária.

Assumo a responsabilidade que me encomendam com a convicção de que, como afirmei muitas vezes, há um só comandante-em-chefe da Revolução Cubana.

Fidel é Fidel, todos nós sabemos muito bem disso. Fidel é insubstituível e o povo continuará sua obra quando ele já não mais esteja fisicamente. Porém, sempre ficarão suas idéias, que tornaram possível levantar o bastião da dignidade e da justiça que nosso país representa.

Somente o Partido Comunista, garantia segura da unidade da nação cubana, pode ser digno herdeiro da confiança depositada pelo povo em seu líder. É a força dirigente superior da sociedade e do Estado e assim o estabelece o artigo 5 de nossa Constituição, aprovada em referendo por 97,7% dos eleitores.

Essa convicção terá particular importância quando, por lei natural da vida, tenha desaparecido a geração fundadora e forjadora da Revolução.

Felizmente, esse não é o momento que hoje vivemos. Fidel está aí, como sempre, lúcido e com a capacidade de análise e previsão, intacta, fortalecida, agora que ele pode dedicar ao estudo e à análise as horas incontáveis que antes utilizava no enfrentamento aos problemas cotidianos.

Apesar da recuperação paulatina, suas condiciones físicas não lhe permitiriam aquelas intermináveis jornadas, com freqüência separadas por poucas horas de descanso, que caracterizaram praticamente seu trabalho desde que empreendeu a luta revolucionária e ainda com maior intensidade nestes longos anos de período especial, em que não tomou sequer um só dia de férias.

A decisão de Fidel é uma nova contribuição, com seu exemplo que o enaltece, para garantir, desde já, a continuidade da Revolução, conseqüente em quem teve sempre como guia o preceito martiano: "Toda a glória do mundo cabe num grão de milho".

Da mesma maneira, é incomovível sua decisão de continuar, enquanto tiver forças para fazê-lo, contribuindo para a causa revolucionária e as idéias e os propósitos mais nobres da humanidade.

Portanto, tendo certeza de expressar o sentir de nosso povo, peço a esta Assembléia, como órgão supremo do poder do Estado, que as decisões de importância especial para o futuro da nação, sobretudo as referidas à defesa, à política exterior e ao desenvolvimento socioeconômico do país, eu possa continuar consultando-as com o líder da Revolução, Fidel Castro Ruz (OVAÇÃO).

Ricardo Alarcón, presidente da Assembléia Nacional do Poder Popular, apesar de que a ovação que acabamos de escutar pressupõe a aprovação, considero e proponho-lhe, conforme está estabelecido, que seja submetido à votação.

Por esta e outras muitas razões, em meu discurso de hoje citarei muitas vezes algumas das idéias e conceitos essenciais expressados em suas Reflexões, que aproveito para dizer que devemos estudar, por seus ensinamentos e sua capacidade de previsão. Sempre devemos lembrar algo de que gostava repetir Raúl Roa a seus amigos íntimos: "Fidel ouve a erva crescer e vê o que está acontecendo ao dobrar da esquina".

TEMOS QUE TORNAR MAIS EFICIENTE A GESTÃO DE NOSSO GOVERNO

Companheiras e companheiros deputados:

Estou ciente da responsabilidade da tarefa encomendada a mim perante o povo, assim como de contar, como até hoje, com o apoio daqueles que ocupam cargos de direção nos diferentes níveis e, mais importante ainda, com o apoio de meus compatriotas, sem o qual não haveria sucesso numa sociedade como a nossa.

A Assembléia, em plena concordância com a opinião do Bureau Político e do Secretariado do Comitê Central do Partido, elegeu José Ramón Machado Ventura primeiro-vice-presidente do Conselho de Estado e depois aprovou sua indicação como primeiro-vice-presidente do Conselho de Ministros.

Como expliquei em minha proposta para tal cargo, nas circunstâncias atuais é conveniente que o mesmo companheiro desempenhe, como até agora, estas duas importantes responsabilidades do Estado e do governo.

Sem dúvida, Machado Ventura, por sua trajetória e convicções revolucionárias, experiência, preparação, qualidades como dirigente e ser humano, tem os requisitos para ocupar estes altos cargos.

Da mesma maneira, a Assembléia concordou, cumprindo o estabelecido no artigo 75 da Constituição, considerar a composição do governo numa futura sessão no decurso deste ano. É uma decisão oportuna, pois não só se trata de designações, mas também de determinar quais são as mudanças necessárias no sistema de órgãos da administração central do Estado, para o qual se precisa de mais tempo.

Nos primeiros 15 anos da Revolução, foram ajustando-se no decurso do tempo as estruturas estatais herdadas do capitalismo, assumindo as tarefas impostas pelas mudanças econômicas, políticas e sociais radicais.

O processo de institucionalização dos anos 70, com suas imperfeições, permitiu estruturar um sistema coerente e adequado àquelas circunstâncias, conseguindo-se certa igualdade com o dos países socialistas, inclusive as boas e também as más experiências.

Por último, em 1994, no momento mais grave do período especial, foram feitos ajustes consideráveis que levaram a reduções e fusões de órgãos, assim como à redistribuição das tarefas dalguns deles. Porém, foram realizados com pressa devido à necessidade de nos adequarmos rapidamente a um cenário radicalmente diferente, muito hostil e extremamente perigoso.

Desde essa época até hoje passaram 14 anos, em que mudou consideravelmente o panorama nacional e internacional. Hoje, precisamos de uma estrutura mais compacta e funcional, com menor número de organismos da administração central do Estado e uma melhor distribuição das funções que cumprem.

O acima referido permitirá reduzir a enorme quantidade de reuniões, coordenações, permissões, conciliações, disposições, regulamentos, circulares, etc, etc. E vocês, companheiras e companheiros deputados, que estão espalhados por todo o país, sabem o que querem dizer esses etc. Além disso, contribuirá para concentrar algumas atividades econômicas, hoje dispersas por vários organismos e, usar melhor os dirigentes.

Em resumo, temos que tornar mais eficiente a gestão de nosso governo.

A Assembléia foi renovada num maior número de membros que a Legislatura anterior; o número de mulheres cresceu em mais de 7% e já está próximo à metade dos deputados, um pouco mais de 43%; aumentou de 23% a 36% os que têm entre 18 e 30 anos, ou seja, os mais jovens, embora também sejam mais os que superam os 60 anos.

Algo muito importante, está crescendo o número dos membros vinculados diretamente à produção ou aos serviços, isto é, os operários, camponeses e outros trabalhadores; também o dos membros das instituições armadas, dos esportistas, artistas, escirtores, jornalistas e de outras profissões, que junto aos dirigentes estudantis e os que se ocupam cargos nos conselhos populares, constituem mais da metade dos deputados.

Estatísticas como estas, junto à simples relação das tarefas que realizam cada um de vocês, desde dirigentes nacionais até aposentados e líderes religiosos, permitem afirmar que os aqui reunidos são uma mostra em pequena escala da sociedade cubana.

O anterior é uma premissa básica, mas não garante por si só o cumprimento da missão do Parlamento. Precisa-se, além do mais e, sobretudo, da atuação inteligente, organizada, criativa e enérgica de seus membros, particularmente durante o trabalho das comissões, onde se dispõe de mais tempo, pois, ao concentrar-se em determinados assuntos, permite estudá-los melhor e podem intervir mais companheiros e companheiras.

NÃO DEVEMOS TEMER AS DISCREPÂNCIAS NUMA SOCIEDADE COMO A NOSSA

Na visita que fiz em dezembro passado ao distrito de Santiago de Cuba onde Fidel foi eleito deputado, afirmei que o apoio popular à Revolução exige questionar-nos quanto fazemos para melhorá-lo.

E acrescentei que, se o povo está firmemente unido em torno a um único partido, este tem que ser mais democrático que nenhum outro, e com ele, a sociedade em seu conjunto, que com certeza, como toda obra humana, pode ser aperfeiçoada, mas sem dúvida é justa e nela todos têm a oportunidade de expressar seus critérios e, mais importante ainda, de trabalhar para tornar realidade o que acertemos em cada caso.

Não devemos temer as discrepâncias numa sociedade como a nossa, em que, por sua essência, não existem contradições antagônicas, porque não são as classes sociais que a formam. Da troca profunda de opiniões divergentes saem as melhores soluções, se for encaminhada com propósitos sãos e o critério for exposto com responsabilidade.

Assim agiu a maioria dos cubanos, de nossos melhores cientistas, intelectuais, operários, camponeses e estudantes, até a mais simples dona-de-casa.

Todos eles, em diferentes momentos da Revolução, inclusive o atual, fizeram uma demonstração exemplar de madurez política e consciência da realidade ao avaliar com objetividade os assuntos de alcance estratégico, como as dificuldades da vida cotidiana e, sobretudo, cresce a convicção de que a única fonte de riquezas da sociedade está no trabalho produtivo, sobretudo, quando utiliza os homens e as mulheres, além dos recursos.

Os agoureiros internacionais da morte da Revolução tentaram mostrar a seu favor as críticas surgidas durante o estudo e reflexão do discurso de 26 de julho em Camagüey, sem compreender que se tratava de um debate crítico dentro do socialismo. Isto foi confirmado, poucos meses depois, pelos resultados de nossas eleições — e o citamos como o melhor exemplo neste momento —, recém-terminadas em 20 de janeiro passado.

É verdade que também há pessoas que falam antes de se informarem; que exigem sem pensar se falam em algo racional ou disparatado. Coincidem, em regra, com os que reclamam direitos sem jamais mencionar deveres. Como Fidel disse em sua Reflexão de 16 de janeiro: "Esperam milagres de nossa porfiada e digna Revolução", concluiu.

Não lhes negamos o direito de se expressarem, sempre que seja no contexto da lei. Perante uma opinião do gênero, não podemos ser extremistas, mas também não ingênuos.

Quando nos motiva o desespero diante de uma dificuldade pessoal ou é provocado pela falta de informação, devemos ser pacientes e oferecer os argumentos necessários.

Mas se alguém realmente pretende pressionar com vontade de aparecer ou animado pela ambição, demagogia, oportunismo, simulação, auto-suficiência ou por outra fraqueza humana deo gênero, é preciso enfrentá-lo resolutamente, sem ofensas, mas às claras.

Nunca devemos esquecer que o inimigo continua à espreita, disposto permanentemente a aproveitar o mais mínimo descuido para nos fazer dano, ainda que alguém se empenhe em ignorá-lo.

QUE POUCO CONHECEM NOSSO POVO!

Não vamos deixar de escutar a opinião honesta de cada qual, que é tão útil e necessária, pelo alvoroço que se arma, às vezes bastante ridículo, cada vez que um cidadão de nosso país fala alguma coisa que esses mesmos promotores do espetáculo não fariam o menor caso se o escutassem em outro lugar do planeta.

Sabemos que essas mensagens são dirigidas a enganar ou, ao menos, criar confusão, mas se alguém teve a peregrina idéia de assustar-nos com eles, lembro-lhe que a razão principal de que continuemos aqui — e continuaremos estando —, é que nosso povo e sua Revolução deram sempre fizeram face, sem a menor mostra de temor e defendendo a verdade, às agressões de todo tipo da maior potência militar e econômica do mundo.

Poderia pôr inúmeros exemplos, basta mencionar a firme dignidade de nossos cinco heróis, frente a cada tentativa de curvá-los durante uma década de injusto encarceramento.

Aproveito a ocasião para agradecer, em nome de nosso povo, as inúmeras expressões de solidariedade, respeito, carinho, ânimo e legítima preocupação dos chefes de Estado e de governo, partidos políticos, organizações não-governamentais, destacados intelectuais e simples cidadãos de todos os cantos do mundo pelo líder da Revolução após a publicação de sua Mensagem na terça-feira passada. Não falharemos jamais a confiança que eles depositam em nós.

Ao mesmo tempo, fizemos apontamento das declarações ofensivas e abertamente ingerencistas do império e dalguns de seus aliados mais próximos.

Como se esperava, o Departamento de Estado apressou-se a anunciar a continuidade do bloqueio segundo a política da atual administração.

Outros, com matizes, empenham-se em condicionar as relações com Cuba a um processo de "transição", que visa destruir a obra de tantos anos de luta.

Que pouco conhecem nosso povo, tão orgulhoso de sua plena independência e soberania!

A Revolução é obra de mulheres e homens livres e tem estado permanentemente aberta ao debate, mas nunca cedeu diante das pressões nem se deixou influenciar por elas, nem pelas grandes nem pelas pequenas.

Só acrescentarei que as Reflexões de Fidel, publicadas na sexta-feira passada, são uma resposta magistral a todas elas.

Quanto às dificuldades que enfrenta internamente o país, a determinação das prioridades e o ritmo de sua solução será dada invariavelmente a partir dos recursos disponíveis e da análise profunda, racional e colegiada, dos órgãos competentes do Partido, do Estado ou do governo e, se necessário, da prévia consulta direta com os cidadãos de qualquer setor da sociedade e, inclusive, com todo o povo, se fosse um assunto de grande importância.

Existem questões, cujo estudo precisa de tempo, visto que um erro motivado pela improvisação, superficialidade ou pressa, traria consideráveis conseqüências negativas. É necessário planejar bem, pois não podemos gastar mais do que temos, depois organizar e trabalhar com ordem e disciplina, que são fundamentais.

A DESORDEM, A IMPUNIDADE E A FALTA DE COESÃO SEMPRE ESTIVERAM ENTRE OS PIORES INIMIGOS

Para tratar destes assuntos é bom salientar a profunda convicção de Fidel, reiterada em sua Mensagem de 18 de fevereiro, de que os problemas atuais da sociedade cubana precisam de mais variantes de respostas para cada problema concreto que as de um tabuleiro de xadrez. Nem um só detalhe se pode ignorar e, não se trata de um caminho fácil, se a inteligência do ser humano numa sociedade revolucionária deve prevalecer sobre seus instintos, alertou-nos.

Insisto na importância da disciplina. Portanto, todos temos que ser exigentes e apoiar aqueles que sim são. Se é necessário, devemos ajudá-los a melhorar seus métodos e apoiá-los decisivamente no coletivo.

Entenda-se que não falo em extremismos nem em aceitar abusos de autoridade ou injustiças, senão que todos façamos corretamente a parte que nos cabe no fortalecimento da disciplina e na ordem social. Caso contrário, nosso povo é que paga as conseqüências.

É verdade que há limitações objetivas —conhecemo-las bem e sofremos diariamente tentando resolvê-las o mais rápido possível. Estamos cientes dos enormes esforços de que precisamos para fortalecer a economia, premissa imprescindível para avançar em qualquer outro âmbito da sociedade, face à verdadeira guerra que trava o governo dos Estados Unidos contra nosso país.

A intenção é a mesma desde o triunfo da Revolução: fazer sofrer ao máximo nosso povo até que abra mão da decisão de ser livre.

É uma realidade que, longe de nos desanimarmos, faz crescer nossa força. Em lugar de utilizá-la como excusa diante dos erros, deve ser incentivo para produzir mais e oferecer melhor serviço, nos esforçarmos para encontrar os mecanismos e vias que permitam eliminar qualquer empecilho ao desenvolvimento das forças produtivas e explorarmos as importantes potencialidades que representam a poupança e a correta organização do trabalho.

Nossa história ensina, desde as guerras de independência até o presente, que quanto mais dificuldades, mais exigência, disciplina e unidade. A desordem, a impunidade e a falta de coesão estiveram sempre entre os piores inimigos de um povo que luta.

Enfatizo que o país terá como prioridade satisfazer as necessidades básicas da população, tanto materiais quanto espirituais, partindo do fortalecimento constante da economia nacional e de sua base produtiva, sem o qual, digo mais uma vez, seria impossível o desenvolvimento.

Um exemplo é a proposta de medidas para incrementar as produções agropecuárias e aperfeiçoar sua comercialização, as quais foram analisadas recentemente, província a província, com uma ampla representação dos que têm que levá-las à prática, inclusive, os próprios produtores.

Assim continuaremos fazendo análises de cada assunto de importância cardinal para o país.

Estamos examinando, por exemplo, todo o referido à implementação oportuna das idéias de Fidel sobre a "progressiva, gradual e prudente revalorização do peso cubano" — uso os termos exatos que ele empregou em março de 2005: "progressiva, gradual e prudente revalorização do peso cubano". Ao mesmo tempo, aprofundamos o assunto das duas moedas na economia.

Estas questões são realmente sensíveis e complexas, quando, como em nosso caso, existe a firme decisão de proteger e ir incrementando gradativamente as rendas e poupanças da população, especialmente daqueles que recebem menos.

Para evitar efeitos traumáticos e incongruências, qualquer mudança referida à moeda deve fazer-se com um enfoque integral, tendo em consideração, entre outros fatores, porque todos estão muito inter-relacionados, o sistema salarial, os preços varejistas, as gratuidades e os milionários subsídios que atualmente pressupõem inúmeros serviços e produtos distribuídos de maneira igualitária, como os da caderneta de racionamento, que nas condições atuais de nossa economia são irracionais e insustentáveis.

Hoje, um objetivo estratégico é avançar de maneira coerente, sólida e bem-pensada, até conseguir que o salário recupere seu valor e o nível de vida de cada qual sejam conforme as rendas que recebe legalmente, ou seja, com a importância e quantidade de trabalho que contribua para a sociedade.

Como nos disse Fidel em sua Reflexão de 16 de janeiro: "Também não deve presentear-se nada àqueles que podem produzir e não produzem ou produzem pouco. Premie-se o merecimento dos que trabalham com suas mãos ou sua inteligência", sentenciou.

Estudam-se simultaneamente outros temas, segundo uma prioridade, e o ritmo de avanço dependerá da complexidade e dos recursos.

Temos o fundamental para encontrar as melhores soluções ao alcance das possibilidades materiais e das capacidades organizativas, que devem ir incrementando-se: um povo instruído, de elevada cultura política e firmemente unido, sob os princípios resumidos por Fidel em sua Reflexão de 24 de janeiro, quando disse:

"Unidade significa compartilhar o combate, os riscos, os sacrifícios, os objetivos, idéias, conceitos e estratégias, aos que se chega mediante debates e análises. Unidade significa a luta comúm contra anexionistas, apátridas e corruptos que não têm nada a ver com um militante revolucionário", fim da citação.

Insisto nas apalavras expressas aqui durante a sessão anterior desta Assembléia: para que as enormes possibilidades dessa unidade se convertam em resultados tangíveis, é imprescindível que todos os órgãos e organizações trabalhem com a integração necessária.

A INICIATIVA LOCAL É EFETIVA E VIÁVEL EM MUITAS QUESTÕES

A instituicionalidade, repito o termo: a instituicionalidade, é importante sustento desse decisivo propósito e uma das bases da invulnerabilidade da Revolução no âmbito político, por conseguinte, devemos trabalhar por seu constante aperfeiçoamento. Nunca devemos acreditar que o que fizemos é perfeito.

Nossa democracia é participativa como poucas, mas devemos estar cientes de que o funcionamento das instituições do Estado e do governo ainda não atingiu a efetividade que nosso povo exige com todo direito.

Em dezembro falei do excesso de proibições e regulamentações e nas próximas semanas começaremos a eliminar as mais simples. Muitas delas tiveram como único objetivo evitar o surgimento de novas desigualdades, num momento de escassez generalizada, inclusive à custa de perder certas rendas.

A suspensão de outras regulamentações, embora alguns pensem que é simples, demorará mais tempo, porque precisam de um estudo integral e de modificações em determinadas normativas jurídicas, além de influírem nalgumas delas as medidas estabelecidas contra nosso país pelas sucessivas administrações norte-americanas.

Outro tema é a tendência a aplicar a mesma receita em todas partes. Como resultado disso, e talvez sua pior conseqüência, muitos pensam que cada problema exige medidas de alcance nacional para ser resolvido.

A iniciativa local é efetiva e viável em muitas questõe , assim o demonstrou a distribuição direta do leite, como expliquei em 26 de julho passado. Esta experiência já abrange 64 municípios de 13 províncias do país, 40 deles completamente cobertos. Nos demais e na própria indústria do leite também avançamos.

Além de garantir pontualmente a qualidade deste produto essencial, que é o objetivo fundamental, nos últimos meses do ano passado este programa permitiu poupar mais de 6 mil toneladas de leite em pó, cuja aquisição teria ultrapassado US$30 milhões, considerando o preço médio no período de US$5.050 uma tonelada.

Também foram reduzidos gastos em divisas no valor de US$2,6 milhões, inclusive neste número, uns 600 mil litros de combustíveis.

Poderia referir outros casos similares em diversos setores, portanto, devemos continuar pensando em soluções similares em todos os níveis da administração.

Companheiras e companheiros:

Um dia como hoje, em 1895, ao apelo de Martí, os Pinos Velhos e Novos reiniciaram a luta pela independência, frustrada pela intervenção militar dos Estados Unidos. Meio século depois conseguimos unirmo-nos novamente e dar combate ao mesmo inimigo de sempre.

Não foi um acaso que se escolheu esta data, há 50 anos, para a primeira transmissão da Rádio Rebelde na Serra Maestra, e em que proclamamos nossa Constituição socialista em 1976.

Neste 113º aniversário do início da Guerra Necessária, são realmente muitos e difíceis os desafios. Perante eles, lembremos as palavras expressas por Fidel em sua Reflexão publicada em 10 de dezembro passado, quando nos alertou:

"O rosto carrancudo de Martí e o olhar fulminante de Maceo mostram a cada cubano o duro caminho do dever e não de que lado se vive melhor".

Muito obrigado. •



terça-feira, 1 de abril de 2008

CONFLITO EXXON MOBIL-PDVSA




Tribunal de Londres decide a favor da empresa petroleira venezuelana

• CARACAS — A vitória da empresa estatal Petróleos da Venezuela (PDVSA) num tribunal de Londres contra a estadunidense Exxon Mobil constitui uma lição de dignidade e fortaleza, afirmou o ministro de Energia, Rafael Ramírez.

A Venezuela está avaliando abrir  processos judiciais contra a gigante norte-americana, devido aos prejuízos ocasionados à PDVSA
A Venezuela está avaliando abrir
processos judiciais contra a gigante
norte-americana, devido aos prejuízos
ocasionados à PDVSA

Em declarações à Venezuelana de Televisão, o também presidente da PDVSA indicou que o veredicto favorável à empresa desmantela a manipulação da midiática do caso relacionado com o congelamento de ativos por US$12 bilhões.

As alegações da multinacional, manifestou, foram descartadas e se prevê que, no decurso do dia, o juíz Paul Walter emita um sumário de sua decisão, para depois divulgar na quinta-feira todos os elementos considerados.

"Desta vez se implementa qualquer ação dirigida a favorecer as tentativas de congelar nossos bens, que inclusive levou a pressões sobre a banca", acrescentou Ramírez.

Com isso, ratifica-se a disposição do governo de "defender nossos princípios e nossa soberania", sempre a favor dos interesses do povo, disse.

"Ganhamos mais uma batalha", expressou Ramírez, e a grande notícia é que "a Exxon em Londres foi derrotada, as alegações foram avaliadas, deu-se a razão à PDVSA e à Venezuela".

Da mesma maneira, foi descartada a mentira de que nossa indústria tinha quebrado, o qual fez parte da manipulação orquestada contra o povo.

A Exxon Mobil procurou medidas de pressão contra a PDVSA no contexto da arbitragem por sua saída do antigo projeto Cerro Negro (atual Petromonagas), após negar-se à modalidade de empresa mista estabelecida pelo governo. (PL)

GRANMA INTERNACIONAL

segunda-feira, 31 de março de 2008

O que há por trás da greve agropecuária na Argentina?








Escrito por Juan Jose Funes
28-Mar-2008

A semana começou com o recrudescimento da greve agropecuária, que já faz sentir seus efeitos sobre a classe trabalhadora, com o desabastecimento de carne e outros alimentos e a brutal alta dos preços do que se pode conseguir. Pela noite de terça-feira, 25, desde tradicionais centros da grande burguesia, como a Recoleta, Bairro Norte e Belgrano, se organizaram piquetes em 'apoio ao campo' e uma marcha à Praça de Maio. A que se deve isto? Quem está por trás da 'greve do campo'? Que responsabilidade tem o governo K (Kirchner)? Que posição devemos tomar os trabalhadores?

Desde o governo De la Rúa que não há greve de todas as entidades que centralizam a atividade agropecuária (SRA, CRA, FAA etc). Ao término desta edição, a greve já tinha sete dias, com bloqueios e cortes de estradas, e começava a se sentir nos açougues e verdurarias, tanto nos preços como no abastecimento.

O estopim da medida de protesto foi o aumento do governo nas retenções das exportações de soja, girassol, azeite de soja (comestível e biodiesel) e azeite de girassol. Também fixou uma faixa flutuante de retenções, que no caso da soja, por exemplo, se chega a subir para 600 dólares a tonelada (FOB, quer dizer, colocada sobre o barco) aumentaria o imposto em 49% e daí para cima congelaria o preço líquido do setor em 280 dólares a tonelada.

Os grandes pecuaristas e os donos dos grandes armazéns querem mais subsídios; os poderosos do setor agrícola querem driblar a porcentagem das retenções. É uma briga de tubarões: o Governo e o setor agrícola acomodados; o objetivo é a divisão da renda agrária excedente. Avizinha-se um inverno de crise energética na Argentina e terá de se importar (com preços internacionais nas nuvens e consumo local altamente subsidiado). E os 'K' precisam arrecadar para que os números batam.

Uma greve reacionária

Desde o início há de se dizer que a greve do campo contra o governo é uma medida reacionária: ou seja, não expressa interesses populares, dos explorados e oprimidos, mas sim que a Sociedade Rural e os grandes proprietários agrícolas arrastam as entidades representativas dos pequenos produtores em uma luta que se amarra em volta da extraordinária renda agrícola que se gerou, entre outras coisas, devido aos altíssimos preços das matérias primas no mercado mundial.

Desde já, o caráter reacionário dessa briga entre o campo e o Governo K não quer dizer que o governo seja quem expresse os interesses populares. No fundo, é uma batalha para ver quem fica com a renda excedente, apesar da pretensão do governo de aparecer como o representante da população, afetada pela brutal escalada dos preços.

Com esse manual, o Ministro da Economia, Lousteau, saiu dizendo que "não é o mesmo um pequeno armazém e um grande pool de soja (...); o governo utiliza as retenções para impedir que a alta dos preços internacionais se transfira totalmente aos domésticos (...); diante do risco da 'sojização' da economia, devemos zelar pelo equilíbrio (...); a medida retrai os valores dos grãos a dezembro de 2007, que já eram altíssimos (...); o setor continua sendo muito rentável" (Clarín, 14/03/08).

Efetivamente muitas das afirmações que profere aqui Lousteau são certas, mas o que o ministro não diz é que o Governo K não tomou uma só medida que afetasse a estrutura da propriedade agrária em todos os seus anos de mandato. Pretende apenas - sobre a base da atual estrutura superconcentrada da propriedade e a economia do campo - conseguir que os 'barões do campo' lhe entreguem uma fatia da renda agrária para colocá-la a serviço do caixa do Estado.

Os pequenos produtores não podem ir atrás da Sociedade Rural

A Sociedade Rural foi ao choque dizendo que "as medidas são confiscatórias e atentam contra a rentabilidade do setor" e para a CRA (Confederações Rurais Argentinas) "são medidas de puro traço fiscalista, que têm um único objetivo: arrecadar mais". Por sua vez, Eduardo Buzzi, presidente da FAA (Federação Agrária Argentina, pequenos e médios produtores) afirmou que "potencializará ainda mais a concentração da propriedade da terra em poucas mãos".

Aqui se observa com claridade a contradição dessa frente única de todo o campo. É que quando se fala do 'campo' sempre deve se diferenciar de quem falamos: se dos grandes empresários e latifundiários ou dos pequenos e médios produtores (sem falar quando se trata de assalariados que trabalham sob patronato no âmbito rural).

"O país vive de nós, porque injetamos dinheiro e porque o Governo sempre nos mete a mão para tirar dinheiro fácil", se exalta e se queixa, ao volante de sua caminhonete Toyota Hilux 0Km, Cristian Villarreal, médio-grande produtor agropecuário de Casilda (Santa Fé), capital nacional da soja. Do sudoeste da província de Buenos Aires, zona trigueira não muito apta para a soja, Juan Casas, pequeno produtor, diz que "os armazenadores nos pagam o que querem, ainda por cima está fechada a exportação de trigo". Duas realidades muito distintas as de Villarreal e Casas.

O campo não é uniforme; a grosso modo, há - em nível produtivo - quatro setores: agrícola; pecuário; leiteiro; hortifruti. Todos têm algo em comum, a terra como força produtiva, e estão profundamente inter-relacionados, porém, cada um deles tem características próprias em nível de propriedade que os diferenciam dos demais. Porque, como falamos, a SRA e o pool sojeiro não são o mesmo que os pequenos produtores.

Quando a SRA critica as medidas por serem "confiscatórias" e a CRA as qualifica como de "puro traço fiscalista", só estão dizendo que, sob a base de leis que resguardam a propriedade privada, corresponderia a eles, de maneira íntegra e total, algo que lhes vêm de forma absolutamente gratuita: a abundância do campo argentino, em condições onde, além de tudo, os preços das commodities estão nas nuvens.

Está claro que o ângulo de Buzzi (FAA) é diferente ao dar conta do processo histórico de concentração de terra em poucas mãos, que tem décadas e parece incontrolável. Mas Buzzi se coloca do lado errado da trincheira quando diz que "o campo se uniu por um único objetivo". Porque 10% do setor agrícola produz 90% de soja e vive um período de esplendor, mas ao mesmo tempo essa situação fez entrar em crise estrutural o pequeno fazendeiro, com seus 200 hectares em uma economia mundializada, é vítima dos grandes armazenadores de grãos e das empresas de biotecnologia (Monsanto, Nidera), não tendo mais remédio, na maioria das vezes, que não arrendar seu campo.

Mas, então, o que faz uma organização de pequenos e médios produtores - que são os que põem as pessoas nos bloqueios de estradas no interior - na trilha dos interesses dos grandes tubarões do campo? Não têm nada a fazer ali, junto aos que queremficar com toda a renda agrária e liberalizar os preços, o que só podia se fazer às custas dos trabalhadores e setores populares do campo e da cidade.

Por uma aliança independente dos explorados e oprimidos da cidade e do campo

Dirigentes como D'Elia, Depetris e outros saíram a convocar uma marcha até a Sociedade Rural. Esses setores 'K' pretendem repudiar a greve do campo a partir do posicionamento de defesa cerrada do governo. Não é disso que se precisa. Porque os problemas dospequenos e médios produtores são reais e, na realidade, o próprio governo que agora sofre a greve agrária, em todos esses anos, como está dito, não tomou uma só medida contra o processo brutal de concentração da terra e da renda agrária.

A única saída que têm os pequenos produtores é se aliar aos trabalhadores e demais setores oprimidos, porque ambos são vítimas da política do governo kirchnerista. O governo não corrigiu desequilíbrios, pelo contrário. Sob os 'K' eles se acentuaram. Desaparecerão mais e mais fazendeiros e os pools do campo se farão cada vez mais fortes.

Não é alinhando-se, portanto, ao governo K que se poderia dar uma saída tanto aos problemas desses produtores como à escalada dos preços e o desabastecimento que se começa a notar nos açougues e verdurarias. O que é necessário é outra coisa: a unidade desses pequenos produtores com os trabalhadores urbanos e rurais, em via tanto de impulsionar medidas de autêntica reforma agrária e socialização do campo como de um estrito controle dos preços dos produtos de primeira necessidade, assim como a expropriação de todos aqueles grandes proprietários que especulem com os preços e/ou provoquem desabastecimento.

Isto é, para resolver os problemas dos pequenos produtores e trabalhadores do campo é necessária uma aliança de classe oposta: nem com a SRA nem com o Governo K, mas com os trabalhadores.

Juan José Funes

Publicado originalmente no periódico Socialismo o Barbarie.

Argentina: desestabilização oligárquica













por La Jornada





Desde há duas semanas a Argentina encontra-se acossada por uma revolta da direita, que capitalizou o descontentamento dos produtores agrícolas diante do aumento nos impostos às exportações de soja e girassol. Os agricultores bloquearam auto-estradas por todo o país, provocaram desabastecimento nas cidades e, nestas, seus aliados das classes altas e médias urbanas recorrem a uma prática tristemente célebre no Cone Sul: o cacerolazo [NR] contra o governo.

Para por as coisas em perspectiva, é importante recordar que o grosso da produção agrícola argentina não está nas mãos de camponeses pobres e sim de empresários agro-exportadores e de médios e pequenos proprietários. Os primeiros são indivíduos ricos que fizeram as suas fortunas por meio da exploração de peões e do pagamento de impostos ridiculamente baixos, ou inclusive por meio da evasão fiscal. Deve-se assinalar, também, que entre este sector e os interesses especuladores das cidades, a chamada "pátria financeira", há uma tradição de vínculos políticos estreitos que constituiu o suporte principal das ditaduras que ensanguentaram e assolaram esse país no passado recente. Um terceiro elementos que se deve levar em consideração é a reiterada e crescente inconformidade desses sectores oligárquicos — financeiros, agrários e políticos — com os governos de Néstor Kirchner e de Cristina Fernández.

Assim, ao ritmo do ruído de caçarolsa, configura-se uma ofensiva desestabilizadora disfarçada de descontentamento popular, na qual confluem os velhos elementos do golpismo sul-americano e as tentativas de asfixar as cidades. Não seria estranho ver, no futuro próximo, fenómenos de instabilidade monetária e cambial. O guião é muito conhecido: foi aplicado pela primeira vez no Chile contra o governo constitucional de Salvador Allende, foi replicado, com variantes maiores e menores, em diversos países do Cone Sul.

Não se deve omitir o facto de que, em paralelo a esta crise artificial na Argentina, as direitas locais tentaram a desestabilização dos governos progressistas da Bolívia, Equador e, naturalmente, da Venezuela, onde chegaram inclusive à consumação de um golpe de Estado que tinha por objectivo suprimir a presidência – democraticamente eleita – de Hugo Chávez.

Seria ingénuo supor que nesta onda de fenómenos desestabilizadores contra governos que em diferentes graus tomaram distâncias das receitas económicas neoliberais, e que marcaram com clareza políticas destinadas a recuperar as respectivas soberanias nacionais, esteja ausente o tradicional componente comum do golpismo na América Latina: a ingerência estado-unidense.

Com efeito, ao longo do século passado Washington estimulou invariavelmente os descontentamentos, supostos ou reais – regionalistas, das classes médias e altas, dos âmbitos financeiros e, naturalmente, das transnacionais – contra governos que tentaram reconduzir a economia para a satisfação mínima das necessidades populares ou que pretenderam fazer das suas respectivas independências nacionais algo mais que um formalismo histórico.
[NR] Táctica utilizada pela direita chilena contra o governo da Unidade Popular. O Presidente Salvador Allende dizia que as damas que assim procediam, nas ruas, nunca haviam lavado uma panela.

Ver também
Retenciones, dólar alto, inflación y rentabilidad agrícola en Argentina. ¿De qué se queja el campo? Ante el paro agrario y la movilización de la derecha

O original encontra-se em
http://www.jornada.unam.mx/2008/03/27/index.php?section=opinion&article=002a1edi


Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

Por que Zurdo?

O nome do blog foi inspirado no filme Zurdo de Carlos Salcés, uma película mexicana extraordinária.


Zurdo em espanhol que dizer: esquerda, mão esquerda.
E este blog significa uma postura alternativa as oficiais, as institucionais. Aqui postaremos diversos assuntos como política, cultura, história, filosofia, humor... relacionadas a realidades sem tergiversações como é costume na mídia tradicional.
Teremos uma postura radical diante dos fatos procurando estimular o pensamento crítico. Além da opinião, elabora-se a realidade desvendando os verdadeiros interesses que estão em disputa na sociedade.

Vos abraço com todo o fervor revolucionário

Raoul José Pinto



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  • A Revolução antes da Revolução. As lutas de classes na França - de 1848 a 1850. O 18 Brumário de Luis Bonaparte. A Guerra Civil na França - Karl Marx
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  • Revolução Russa - L. Trotsky
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  • Sobre a Ditadura do Proletariado - Étienne Balibar
  • Sobre a evolução do conceito de campesinato - Eduardo Sevilla Guzmán e Manuel González de Molina

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  • A Espera dos Bárbaros - J.M. Coetzee
  • A hora da estrela - Clarice Lispector
  • A Leste do Éden - John Steinbeck,
  • A Mãe, MÁXIMO GORKI
  • A Peste - Albert Camus
  • A Revolução do Bichos - George Orwell
  • Admirável Mundo Novo - ALDOUS HUXLEY
  • Ainda é Tempo de Viver - Roger Garaud
  • Aleph - Jorge Luis Borges
  • As cartas do Pe. Antônio Veira
  • As Minhas Universidades, MÁXIMO GORKI
  • Assim foi temperado o aço - Nikolai Ostrovski
  • Cem anos de solidão - Gabriel García Márquez
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  • Crime e castigo, de Fiódor Dostoiévski
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  • O Estrangeiro - Albert Camus
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  • EZLN – Passos de uma rebeldia - Emilio Gennari
  • Imagens da revolução – documentos políticos das organizações clandestinas de esquerda dos anos 1961-1971; Daniel Aarão Reis Filho e Jair Ferreira de Sá
  • O Diário do Che na Bolívia
  • PODER E CONTRAPODER NA AMÉRICA LATINA Autor: FLORESTAN FERNANDES
  • Rebelde – testemunho de um combatente - Fernando Vecino Alegret

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  • Cidades Médias - produção do espaço urbano e regional - Eliseu Savério Sposito, M. Encarnação Beltrão Sposito, Oscar Sobarzo (orgs)
  • Cidades Médias: espaços em transição - Maria Encarnação Beltrão Spósito (org.)
  • Geografia Agrária - teoria e poder - Bernardo Mançano Fernandes, Marta Inez Medeiros Marques, Júlio César Suzuki (orgs.)
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  • Indústria, ordenamento do território e transportes - a contribuição de André Fischer. Organizadores: Olga Lúcia Castreghini de Freitas Firkowski e Eliseu Savério Spósito
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