sábado, 26 de abril de 2008

O QUE A MÍDIA NÃO CONTA - Mudanças em Cuba?



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O acesso ao celular tornou-se massificado em todo o mundo ocidental nos anos 90. Nessa época, Cuba tinha prioridades diferentes à de proporcionar acesso ao telefone celular para a população. Segundo a Unicef, a cada dia mais de 26 mil crianças menores de cinco anos morrem de fome ou de doenças curáveis. Nenhum cubano faz parte destas listas.

Salim Lamrani - Rebelión

A imprensa tem sido prolixa com respeito às mudanças ocorridas em Cuba depois da escolha de Raúl Castro como presidente da República, e também comemorou uma eventual liberalização da economia da ilha (1). Mas esta realidade foi tratada, como sempre ocorre quando se fala de Cuba, de maneira superficial e errada. Seja com respeito à aquisição de aparelhos elétricos, aos hotéis ou aos celulares, as restrições que estavam vigentes até pouco tempo atrás tinham explicações racionais, mas as multinacionais da informação não abordaram nenhuma delas.

Na verdade, foi lançado um intenso debate no início do ano 2008, pouco antes da decisão de Fidel Castro de não se apresentar para a reeleição, com o objetivo de melhorar o socialismo cubano. Esse debate envolveu o conjunto da população e gerou 1,3 milhão de propostas.

Os aparelhos elétricos
A mídia anunciou com grande estrondo que os cubanos já eram livres para adquirir aparelhos elétricos e eletrodomésticos, dando a entender que antes a venda estava completamente proibida (2). Contudo, a realidade é sensivelmente diferente. A venda destes artigos jamais esteve proibida em Cuba, fora alguns produtos de informática e outros de grande consumo energético, tais como os fogões elétricos ou os microondas, em uma época em que a produção energética de Cuba era insuficiente para cobrir as necessidades da população.

Com efeito, durante o período especial, que começou em 1991, depois da desintegração do bloco soviético, Cuba ficou sozinha diante do mercado internacional e teve que enfrentar o desaparecimento de mais de 80% do seu comércio exterior e, também, o acirramento da implacável agressão econômica dos Estados Unidos. Neste contexto extremamente difícil, a ilha do Caribe foi golpeada por fortes penúrias, particularmente quanto à energia, o que provocava longos apagões. Nessa época, as autoridades limitaram a venda de aparelhos elétricos devoradores de energia. Essas restrições estavam totalmente justificadas. De fato, teria sido irresponsável proceder de outro modo, uma vez que o sistema energético, fortemente subvencionado, poderia ter entrado em colapso.

Graças à engenhosidade dos cubanos, aos esforços que contaram com o apoio da população e às novas relações comerciais com países como a Venezuela e a China, Cuba dispõe de uma economia mais forte e conseguiu resolver seu problema energético. Graças à “Revolução energética”, lançada em 2006, que consistiu em substituir as lâmpadas e os antigos eletrodomésticos, como televisores, refrigeradores, ventiladores e outros aparelhos elétricos, por produtos mais modernos cujo consumo é menor, milhões de cubanos foram beneficiados por toda uma gama de produtos eletrodomésticos novos com preços subvencionados pelo Estado, ou seja, abaixo de seu valor de mercado.

Atualmente, a economia de energia que foi conseguida permite enfrentar a demanda da população, o que explica a eliminação progressiva das restrições quanto à aquisição de novos aparelhos eletrodomésticos, computadores e outros, como reprodutores de vídeo. Assim, os cubanos têm acesso a uma seleção mais ampla de bens de consumo. Portanto, as limitações tinham como explicação apenas um fator econômico, isto é, uma produção de energia insuficiente. A imprensa ocidental não se incomodou em abordar estes elementos ao tratar do tema.

A mídia apressou-se em sublinhar, com razão, que muitos cubanos não poderiam ter acesso aos artigos à venda pelo valor de mercado devido ao seu elevado custo com respeito ao salário relativamente modesto vigente em Cuba. Não obstante, esta realidade concerne a uma parte imensa da população mundial, que vive na pobreza e cujas principais preocupações não são adquirir um reprodutor de DVD ou um microondas, mas, sim, comer três vezes por dia e ter acesso a saúde e educação, angústias inexistentes em Cuba.

Assim, segundo o último relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) sobre a insegurança alimentar no mundo, 854 milhões de pessoas em todo o planeta, entre elas 9 milhões nos países industrializados, sofrem de desnutrição (3). No continente americano somente três países já alcançaram os objetivos da Cúpula Mundial da Alimentação 2015: Cuba, Guiana e Peru (4). Segundo a Unesco, atualmente, um de cada cinco adultos no mundo não é alfabetizado, ou seja 774 milhões de pessoas, e 74 milhões de crianças carecem de escolas (5). Segundo a Unicef, a cada dia mais de 26.000 crianças menores de cinco anos morrem de fome ou de doenças curáveis, ou seja 9,7 milhões de crianças por ano (6). Nenhum cubano faz parte destas listas.

As multinacionais da informação sempre evitam apresentar a realidade cubana em relação com a problemática latino-americana e do Terceiro Mundo, porque ela é edificante e leva, inevitavelmente, a fazer comparações.

Os celulares
O acesso ao celular também se ampliou em Cuba por diversas razões (7). A primeira é de ordem econômica e a segunda de ordem tecnológica. O acesso ao celular tornou-se massificado em todo o mundo ocidental nos anos 90.

Nessa época, Cuba tinha outras prioridades diferentes à de proporcionar acesso ao telefone celular para a população. Os desafios guardavam relação com a alimentação, o transporte e a moradia. O problema alimentar atualmente foi resolvido em Cuba. No que se refere ao transporte, está sendo solucionado, principalmente graças à importação de numerosos ônibus da China. Quanto à moradia, trata-se, sem dúvida, da principal dificuldade que a população enfrenta.

Neste caso, também não se trata de uma especificidade cubana. A realidade é a mesma em qualquer cidade do primeiro mundo, como Paris, com uma diferença: em Cuba o problema é a falta de moradia devido às sanções econômicas norte-americanas, que impedem a construção de 100.000 habitações adicionais por ano, enquanto que os parisienses estão diante de uma absurda aberração. Com efeito, mais de 100.000 moradias, que pertencem às classes acomodadas, estão vazias em Paris, enquanto 100.000 famílias estão procurando um teto. Apesar de que existe uma lei para requisitar essas vivendas, ela nunca é aplicada pelas autoridades. Em Cuba, os cidadãos jamais aceitariam semelhante escândalo (8).

Na França, segundo o Ministério da Habitação, 1,6 milhão de pessoas vivem em moradias sem chuveiro ou sem banheiro. Mais de um milhão de franceses estão alojados em “situação de superpopulação acentuada”, 550.000 pessoas vivem em pensões, entre elas 50.000 crianças, 146.000 em caravanas e 86.000 são “sem-teto” e moram na rua (9). Contudo, em torno de dois milhões de moradias estão vazias na França, 136.554 delas em Paris. Outra aberração: somente 32.000 moradias em Paris pagam o imposto sobre moradias vazias, quando deveria ser pago por mais de 136.000. Mas as autoridades preferem fechar os olhos (10).

Voltando ao celular, o segundo obstáculo era uma questão tecnológica (ainda é o caso para o acesso a Internet, porque Washington impede Cuba de se conectar ao cabo de fibra óptica do Estreito da Flórida, que lhe pertence). Cuba dispõe de uma conexão por satélite limitada que, por outro lado, é extremamente cara. Essa é a razão pela qual o acesso ao telefone celular era restrito. Com a melhora da situação econômica, a oferta foi ampliada para toda a população, ainda que as tarifas continuem sendo muito elevadas. Neste caso, ocorre a mesma coisa: apesar de que o celular está amplamente difundido no Ocidente, continua sendo um luxo para muitos habitantes do planeta.

O acesso aos hotéis
Quanto aos hotéis, a mídia também demonstrou parcialidade. Até 1º de abril de 2008, o acesso aos hotéis de luxo não estava proibido, como afirmou a imprensa ocidental, mas limitado. Aqui, a explicação é de ordem social e econômica.

Nos anos 1990, o ressurgimento de um fenômeno que foi erradicado quando triunfou a Revolução, em 1959, preocupava muito as autoridades: a prostituição. Para tentar conter este problema, que surgiu das dificuldades que os cubanos tiveram que enfrentar, o governo de Havana decidiu limitar o acesso da população às infra-estruturas turísticas. Graças ao bom desempenho dos trabalhadores sociais e à melhora da situação econômica, este fenômeno social, se bem ainda não desapareceu completamente, foi atenuado substancialmente.

A segunda explicação é econômica. De fato, com o desenvolvimento vertiginoso do turismo, a partir dos anos 1990, a capacidade hoteleira cubana mostrou ser insuficiente para acolher ao mesmo tempo os estrangeiros e os cubanos. As autoridades privilegiaram a acolhida dos estrangeiros, principalmente na alta temporada, partindo de um raciocínio econômico: um turista cujas demandas de veraneio não fosse possível satisfazer gastaria seu dinheiro fora do país, o que geraria um capital ocioso significativo para a economia do país. Em compensação, a pequena categoria de cubanos que possui os recursos necessários para pagar por um hotel de luxo gastaria seu dinheiro em outros setores, mas ele ficaria no país.

A imprensa ocidental também ficou apenas nas tarifas relativamente proibitivas para o cubano médio. Segundo a Associated Press, são pouquíssimos os cubanos que podem pagar por um quarto que custa 173 dólares por noite no hotel “Ambos Mundos” (quatro estrelas) da Havana Velha, um dos estabelecimentos turísticos mais prestigiosos da capital, que era o preferido de Ernest Hemingway (11). E tem razão. Mas a imprensa esquece, mais uma vez, de mencionar que o acesso a um quarto de um hotel de renome é um luxo para todos os habitantes do Terceiro Mundo e para uma ampla categoria de cidadãos que vivem em países desenvolvidos. Apenas como comparação, quantos franceses, por exemplo, podem pagar por um quarto de 730 euros (o mais barato) no Ritz (cinco estrelas) de Paris? (12)

Liberalização econômica?
Será que estas reformas levam para uma certa liberalização da economia cubana? (13). Seria um erro pensar isso. É preciso lembrar que nos anos 1980 os cubanos tinham acesso com abundância aos bens de consumo. Trata-se simplesmente de que estão suprimindo restrições que já não têm razão de ser. Outras deveriam vir a seguir, muito em breve. Assim, o governo decidiu alugar terras ociosas para pequenos produtores privados com a finalidade de aumentar a produção agrícola, no momento em que os preços das matérias primas atingiram picos históricos (14).

As verdadeiras mudanças em Cuba ocorreram em 1959 e a ilha está em constante evolução desde essa data. Lá, a crítica é constante e basta com ler a imprensa nacional para ficar convencido disso, especialmente os jornais Juventud Rebelde e Trabajadores, cujo tom é extremamente incisivo e sem concessões. Há uma vontade política inegável, entre os altos dirigentes, de promover o debate. A própria filha de Raúl Castro, Mariela Castro, sexóloga que defende os direitos das minorias gay e lésbica, advogou em favor do “socialismo, porém com menos proibições” (15). Mas a mídia finge não perceber esta realidade.

Contrariamente ao que pretendem —e esperam— as multinacionais da informação, Washington e a União Européia, os cubanos não voltarão para uma economia de mercado, senão que vão continuar se esforçando na construção de um socialismo moderno, mais justo e mais racional.


Notas:


(1) Will Weissert, «Raul´s Reforms May Strengthen Communism», 2 de abril de 2008.(2) Will Weissert, «Castro Reforms: Dvd´s, Farms for Cubans», The Associated Press, 2 de abril de 2008.(3) Organisation des Nations unies pour l´alimentation et l´agriculture, L´état de l´insécurité alimentaire dans le monde 2006 (Rome : FAO, 2006), p. 8.(4) Ibid., p. 17.(5) Institut de statistique de l´UNESCO, «Alphabétisme», 9 de abril de 2007. http://www.uis.unesco.org/ev.php?

URL_ID=6401&URL_DO=DO_TOPIC&URL_SECTION=201 (site consultado em 15 de abril de 2008).(6) UNICEF, A situation des enfants dans le monde 2008. A survie de l´enfant (New York, décembre 2007), p. 1.(7) The Associated Press, «Cuban Restrictions Eased By Raul Castro», 2 de abril de 2008, Will Weissert, «Cubanos hacen largas filas para comprar celulares», The Associated Press/El Nuevo Herald, 15 de abril de 2008.(8) Droit au Logement, «Le logement em chiffres: exclusions et inégalités», 2002.

http://www.globenet.org/dal/index.php3?page=SOMMSITUCHIF (site consultado em 15 de abril de 2008).(9) Ministère du Logement, de l'Equipement et des Transports, Questionnaire da Commission da Production et des Echanges. Projet de LFI pour 2001 & INSEE, enquête 2001 sur a population «fréquentant les services d'hébergement et les distributions de repas chauds», in Droit au Logement, op. cit.(10) Droit au Logement, op. cit.(11) Will Weissert, «Thanks Raul: Cubans Can Stay in Hotels», The Associated Press, 1 de abril de 2008.(12) Hôtel Ritz Paris, «Tarifs».http://www.ritzparis.com/jump_to.asp?id_target=1250&id_lang=1 (site consultado em 15 de abril de 2008).(13) Reuters, «Les téléphones portables désormais autorisés à Cuba», 14 de abril de 2008.(14) The Associated Press, «Cuba Lends private Farmers Unused Land», 1 de abril de 2008; Andrea Rodriguez & Will Weissert, «Communiste Cuban Solution: Private Farms», 5 de abril de 2008.(15) Alessandra Coppola, «Socialismo, ma com meno proibizioni», Corriere della Sera, 27 de março de 2008.Salim Lamrani é profesor, escritor e jornalista francés especialista nas relações entre Cuba e Estados Unidos. Já publicou os libros: "Washington contre Cuba" (Pantin: Le Temps des Cerises, 2005), "Cuba face à l´Empire" (Genève: Timeli, 2006) e "Fidel Castro, Cuba et les Etats-Unis" (Pantin: Le Temps des Cerises, 2006). Acaba de publicar "Double Morale. Cuba, l´Union européenne et les droits de l´homme" (Paris: Editions Estrella, 2008).

Contato: lamranisalim@yahoo.frTradução: Naila Freitas / Verso Tradutores

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Culau toma chopp com Lair. Delegado diz que lobista deu R$ 400 mil para casa de Yeda

, por
http://www.rsurgente.net/

Yeda e Culau anunciam medidas para "sanear" o Detran. Horas depois, o secretário foi tomar um choppinho com Lair Ferst, no Shopping Total. (Foto Itamar Aguiar/Palácio Piratini)


A madrugada desta sexta-feira foi marcada por dois acontecimentos explosivos envolvendo as investigações sobre a ação de uma quadrilha no Detran gaúcho. O delegado de polícia Luiz Fernando Tubino afirmou, na CPI do Detran, que tem informações da Operação Rodin dando conta que o lobista tucano Lair Ferst (um dos principais acusados de pertencer à quadrilha) pagou R$ 400 mil da casa comprada pela governadora Yeda Crusius (PSDB) no final de 2006, logo após o segundo turno da campanha eleitoral. Segundo Tubino, a casa foi comprada do consultor Eduardo Laranja, dono da Self Engenharia, empresa que seria uma das maiores devedoras do Banrisul.

Ainda conforme Tubino, a casa em estilo inglês de aproximadamente 700 metros quadrados e com quatro pisos chegou a ser anunciada para venda em jornais por R$ 1,5 milhão. Garantindo ter informações relativas às investigações da Operação Rodin, os R$ 400 mil seriam sobras da campanha eleitoral de Yeda, em 2006. O delegado fez uma série de outras denúncias que, segundo ele, já foram encaminhadas ao Ministério Público Federal e ao Ministério Público Especial do Tribunal de Contas.
Segundo ele, há duas torres gêmeas que precisam ser derrubadas na política gaúcha. “O Banrisul e o Detran são duas torres que precisam ser investigadas e derrubadas. Isso vai mudar para melhor a vida política do Rio Grande do Sul”, garantiu. Tubino disse que o Ministério Público já tem informações importantes relacionadas às denúncias feitas pelo vice-governador Paulo Feijó (DEM) sobre irregularidades no Banrisul.
O segundo acontecimento foi o encontro inusitado do secretário de Planejamento do governo Yeda, Ariosto Culau, com Lair Ferst, ontem à noite, no Shopping Total. Os dois foram flagrados por repórteres do jornal Zero Hora ”tomando um chopp e comendo um peixe”, como disse Culau. “É um momento difícil. Lair, quero dizer que sou teu amigo e isso significa que quero te apoiar pessoalmente neste momento pessoalmente”, disse o secretário a Lair, segundo relato da jornalista Marciele Brum.

Algumas horas antes, Culau havia participado de uma coletiva com a governadora Yeda Crusius para anunciar as decisões da “força-tarefa” que ele coordenou para “estudar melhorias na gestão do Detran”. “O governo está adotando todas as medidas para garantir a continuidades dos serviços”, declarou o secretário que, horas depois, iria beber um choppinho com um dos acusados de chefiar a quadrilha que atuava no órgão.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Trotsky e a Revolução




Florestan Fernandes

Em um período histórico no qual o socialismo é posto em questão, em termos de cultura comercializada de massas e de marketing, é deveras importante invocar a figura de um revolucionário como Trotsky. Depois dos livros de Isaac Deutscher, não existem mistérios a desvendar. Além disso, o próprio Trotsky cuidou de sua biografia, em obras que se voltavam para a sua vida, a Revolução Russa - na qual teve participação decisiva - e a trajetória de suas lutas pós-revolucionárias, inclusive os desdobramentos da fundação e evolução da IV Internacional.

Dois temas devem ser ressaltados como ponto de partida. O primeiro refere-se à sua condição de Intelectual brilhante e de revolucionário ardente. Um grande orador e agitador, era também das figuras mais cultas e refinadas quanto à erudição literária e ao saber filosófico do movimento revolucionário. O outro relaciciona-se com algo típico. Os revolucionários russos romperam com suas origens sociais: seu desencaixamento era total. Não mantinham liames com a ordem social existente, seja a que prevalecia na Rússia, seja a que sustentava o esplendor da Europa. Marxistas experientes estavam convictos de que a revolução deveria assumir proporções supranacionais e defendiam com ardor o internacionalismo proletário. Por isso, combatiam de forma implacável a autocracia czarista e todas as acomodações com a democracia burguesa que tivessem por objetivo a "melhoria" das classes e da sociedade de classes. O apoio dado em 1905 e posteriormente à revolução burguesa continha o teor de um recurso tático.

Trotsky ficou famoso pela previsão, feita de modo independente também por Lênin, do curso da revolução. Em sua formulação sobre o desenvolvimento desigual e combinado estabeleceu que, em sociedades atrasadas, as classes trabalhadoras e destituídas podiam acelerar o processo histórico, desempenhando as tarefas negligenciadas ou repelidas pelas classes proprietárias. Em conseqüência, cabia-lhes desencavar processos históricos latentes à ordem existente, infundir-lhes maior velocidade e encetar a criação de uma sociedade nova. Repunha o conceito de "revolução permanente", de Marx e Engels, em uma perspectiva simultaneamente teórica e prática, indo ao fundo dos dinamismos coletivos das classes despossuídas na impulsão e na fusão dialética de reforma e revolução sociais.

Ele foi um dos gigantes do desencadeamento e da condução da Revolução Russa. Incansável, Imaginativo e Inventor de Inovações Imprevistas, revelou-se um gênio político e militar. Dirigiu o exército vermelho em suas mais difíceis e retumbantes vitórias. Empenhou-se em múltiplas tarefas complexas, como o tratado de Brest-Litovsky com os alemães, e encargos que exerceu depois de ultrapassado o "socialismo de guerra". Tido como um homem vaidoso, no entanto reconheceu em Lênin o único estrategista da revolução. Sua monumental obra sobre a Revolução Russa não se apresenta como um pedestal de suas atividades heróicas. Representa a tentativa de um participante, situado em uma posição ímpar, de reconstituir os diversos momentos cruciais da revolução, articulá-los em uma totalidade e interpretá-los segundo a ótica marxista, isto é, revolucionária. Em seguida, tornou-se um dos críticos dos "desvios burocráticos", Identificados por Lênin, e um oponente implacável das deformações da revolução (a qual, não obstante, defendeu com vigor, mesmo no exílio e em confronto de vida e morte com Stalin).

O que pensaria Trotsky hoje, diante dos artifícios e traições intrínsecos ao debate sobre o "fim do socialismo" e a "morte do marxismo"? Ele, que apontou precocemente a necessidade de uma revolução política corretiva, seria certamente muito duro na condenação de um "revisionismo" cego e destrutivo, que não busca a renovação do socialismo revolucionário, mas a sua transformação em joguete de uma guerra ideológica suja. Não deixaria de assinalar que há uma colheita desastrosa de erros acumulados, que poderiam ter sido evitados se a herança de Marx e Engels e o exemplo de Lênin tivessem sido postos em prática.

Mas ele seria Implacável com os "fariseus", que se proclamam socialistas ou ex-marxistas, mas cerram fileiras com as correntes Intelectuais da moda, a partir dos centros de produção cultural e de propaganda das nações capitalistas centrais. A democracia que nasce do marxismo nada tem a ver com a democracia plutocrática e militarista, que combina promessas com repressão (no dizer de Miliband). Elas se alternam e se anulam, dentro de um sistema capitalista de poder que comporta regularmente manifestações assustadoras de fascismo potencial. Trotsky converteria sua caneta em uma desmascarando os defensores inconseqüentes de social-democratismo que destina à periferia (e aos pobres "absolutos" ou "relativos" de seus próprios povos) a "mudança social conservadora". Ou seja, a mudança que reproduz a ordem existente e proscreve as alternativa radicais à civilização sem barbárie.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Formação política - Indicações para leitura e estudo








Clique na imagem abaixo para ler o texto "O que é Revolução":




, por Florestan Fernandes








Este pequeno livro "O que é Revolução", não pretende ser um equivalente doutrinário sintético do ABC do Comunismo. É uma tentativa de colocar em termos elementares as bases de uma reflexão política sobre a revolução proletária concebida como uma atividade coletiva do proletariado.

Uma bibliografia, neste caso, deveria abranger tudo o que ficou ignorado, o que criaria um fardo negativo ou demasiado pesado para o leitor comum. No decorrer da exposição foi mencionado um ou outro livro, uma ou outra leitura. Recomendaria ao leitor que aproveitasse as pistas indicadas, especialmente que lesse o livro de Victor Serge e completasse esta experiência com o estudo do livro de L. Trotski sobre a Revolução Russa.

Dentro da linha expositiva adotada, faria fincapé nas obras de Kar! Marx: e Friedrich Engels. O leitor poderia tomar a coletânea publicada por Edições Sociais, sob o título de TEXTOS (São Paulo,

1975, 1976 e 1977) e lançar-se avidamente sobre alguns trabalhos. Um primeiro grupo de leituras deveria abranger o Manifesto do Partido Comunista (vol. 3, pp. 7-51), a "Mensagem do Comitê Central à Liga dos Comunistas" (idem, pp. 83-92) e o ensaio clássico de Engels, intitulado Do Socialismo Utópico ao Socialismo Cientffico (vol. 1, pp. 5-60). O segundo grupo de leituras deveria ser dedicado a um exercício que faz falta mesmo a marxistas treinados, seja como "profissionais da revolução", seja como teóricos do "modo de produção": os ensaios devotados à explicação das revoluções do século XIX. Seria bom começar comA Guerra Civil na Fran{a (vol. 1, pp. 155-219), passar por As Lutas de Classes na Fran{a de 1848 a 1850 (vol. 3, pp. 93-198) e por O Dezoito Brumário de Luís Bonaparte (idem, pp. 199-285), completando pelo famoso estudo de F. Engels As Guerras Camponesas na Alemanha (São Paulo, Editorial Grijalbo, 1977). Essa soma de leituras permitirá chegar à "natureza íntima" da revolução proletária - como ela nasce, se desenvolve e poderá atingir seu apogeu na sociedade capitalista. Com a vantagem de tomar-se, em profundidade, a relação do proletariado tanto com a revolução burguesa em ascensão, quanto com o "terrorismo burguês" e a reação do capital.

Para ampliar o horizonte político do leitor e saturá10 com os temas que dizem respeito à crítica marxista do "oportunismo", do "gradualismo" e do "reformismo" e, ao mesmo tempo, às vias concretas da revolução, indicaria cinco leituras fundamentais. Primeiro, um brilhante ensaio de Rosa Luxemburgo, contido em RefOrma ou Revolu{ão? (São Paulo, Editora Flama, 1946, pp. 9-96) e o pequeno livro doutrinário de Kar! Kautski, O Caminho do Poder (São Paulo, Editora HUCITEC, 1979). Trata-se do verdadeiro debate marxista: o que deve prevalecer - a conciliação ou a luta de classes, voltada para a conquista do poder pelas classes trabalhadoras? Segundo, pelo menos três obras importantes de Lenin, Que Fazer? (São Paulo, Editora HUCITEC 1978), A Revolu{ão Proletária e o Renegado Kautski (São Paulo, Gráfico-Editora Unitas Ltda., 1934) e ADoença Infantil do Esquerdismo no Comunismo (Vitória, 1946). Estas leituras permitem ir dos "casos clássicos" para os "elos débeis" e salientam a necessidade de não dogmatizar a via revolucionária. O capitalismo e o imperialismo geram o "desenvolvimento desigual" e "combinado", ou seja, uma via difícil que torna a necessidade do socialismo ainda mais imperiosa na "parte atrasada" do mundo capitalista. Terceiro, embora tenha ficado de lado a questão da "técnica revolucionária", seria útil pelo menos introduzir uma leitura sobre o assunto. O pequeno livro de Victor Serge, Lo que todo revolucionario debe saber sobre la represión (México, Ediciones .Era, 1972; a edição original é de 1925) parece muito apropriado. Os que pensam que "a revolução se tornou impossível" por causa da repressão terão de mudar de idéia. Toda revolução precisa criar seu espaço político próprio, o que é um desafio especial no que respeita à revolução proletária, que só se desencadeia e deslancha após a conquista do poder (e não antes). Por isso, enfrentar e vencer o terrorismo de Estado nunca é fácil, esteja-se na Rússia tsarista ou em países da América Latina da época atual.

O "grande debate", para muitos, está na inviabilidade da revolução proletária sob o capitalismo financeiro e imperialista. Parece, a muitos, que o Estado capitalista abre-se para baixo e resolve pelo menos os problemas e as necessidades centrais da massa da população trabalhadora. Além disso, esse capitalismo teria criado um Estado democrático que permitiria uma cultura cívica acessível não só à participação operária mas, ainda, a um amplo controle do poder político estatal pela "maioria". A vasta gama de assuntos pode ser apreciada em André Gorz, Estratégia Operária e Neocapitalismo (Rio de Janeiro, Zahar Editores, 1968, esp. pp. 9-25) e, de uma forma mais refinadamente doutrinária, em Norberto Bobbio e outros, O Marxismo e o Estado (Rio de Janeiro, Graal, 1979) e em Eurocomunismo e Estado, de Santiago Carrillo (Rio de Janeiro - São Paulo, D IFEL, 1978). No livro organizado em função de Bobbio aparece, aqui e ali, uma defesa coerente da "tradição" marxista. No entanto, convém tomar uma posição de luta intransigente, que defenda uma postura verdadeiramente revolucionária dentro do marxismo. Dois livros respondem, de forma diferente, a essa necessidade: Étienne Balibar, Sobre La Dictadura dei Proletariado (México, Siglo Veintiuno Editores, 1977) e Ernest MandeI, Crítica do Eurocomunismo (Lisboa, Antídoto, 1978). Os dois livros são igualmente esclarecedores. O primeiro revitaliza a versão marxista-Leninista da revolução; o segundo realiza uma excursão complexa sobre as várias vias da socialdemocratização do comunismo. Por isso, tornam-se tão importantes para os que não vêem outra saída para a crise do capitalismo que a indicada por Marx e Engels no Manifesto.

Quanto à América Latina e ao Brasil, apresento uma extensa bibliografia em A Revolução Burguesa no Brasil (Rio de Janeiro, Zahar Editores, 1975). Há evidente interesse, por exemplo, em se aproveitar ensaios como os de Manuel Castells, Ruy Mauro Marini ou Carlos Altamirano sobre a revolução chilena. Todavia, até o presente, apenas Cuba logrou romper o rosário das pseudo-revoluções e das revoluções "interrompidas" das classes dominantes. Por isso, o caso da Revolução Cubana merece atenção especial do leitor. Como ponto de partida, poderia usar o meu pequeno livro Da Guerrilha ao Socialismo: A Revolução Cubana (São Paulo, T. A. Queiroz, Editor, 1979). O capítulo lII, especialmente, oferece uma boa base factual e interpretativa para a comparação de Cuba com outros países da América Latina e para se entender como os guerrilheiros foram beneficiados e souberam aproveitar uma situação revolucionária que se constituiu e se agravou ao longo de uma larga evolução histórica. A bibliografia concatenada no fim do livro deve ser aproveitada seletivamente pelo leitor. Como se trata de uma combinação singular de situação revolucionária e revolução, recomendo insistentemente a todos os que queiram aprofundar seu conhecimento sobre as revoluções proletárias de nossa época que leiam com cuidado (e que releiam) as principais obras sobre a Revolução Cubana.

Que viva Paraguay! (una pequeña crónica guarany)







, por João Alfredo Telles Melo

Para Felix Sánches, João Luis Duboc Pinaud e João Pedro Stedile


Escrevo este relato ainda impactado pelos primeiros resultados que dão a vitória ao ex-bispo Fernando Lugo, da Aliança Patriótica pela Mudança (Câmbio, em espanhol, daí a sigla APC), que atenua o cansaço de um dia que começou às 4 da manhã deste domingo, 20 de abril, para trabalhar como observador internacional nas eleições gerais paraguaias, como um dos representantes indicados pela Via Campesina/MST.

Muitos sentimentos me povoaram nesta rápida passagem de um pouco mais de dois dias em Assunción. Ceticismo, um pouco de interesse e, principalmente, de curiosidade me acompanharam desde que saí à tardinha, da sexta, dia 18, de Fortaleza rumo ao Paraguay. Afinal, meu espírito crítico extremamente aguçado me fazia desconfiar de uma aliança de partidos e movimentos de esquerda com um partido autodenominado liberal (que indicou o vice da chapa), ainda que a candidatura de Lugo, um bispo comprometido com a causa dos pobres, militante da Teologia da Libertação, me inspirasse uma simpatia de quem já havia acompanhado com fervor, há quase trinta anos, a Revolução Sandinista da pequenina Nicarágua. Experiência, que, com a participação decisiva da igreja popular, embalou (e depois veio a frustrar) os sonhos de juventude de minha geração.

Dentro do avião, no trecho São Paulo/Assunción, ao ler um importante periódico paraguaio, recebo o primeiro choque de realidade: uma nota da associação representativa dos proprietários rurais desancando o programa agrário do movimento "Tekojoja", que dá suporte à candidatura da APC. Ali, os ruralistas, muitos deles certamente de origem brasileira, rechaçavam, virulentamente, as propostas de agroecologia, reforma agrária e agricultura familiar que orientam o programa de desenvolvimento rural de Lugo. A luta de classes irrompia através do lado mais "moderno", do ponto de vista do capital agropecuário, o do agronegócio, que segue, no entanto, extremamente arcaico em sua face socioambiental. O programa de câmbio, no campo, se mostrava para valer e isso já impactava meu olhar e meus sentimentos.

No entanto, foi o contato - em que pese o pouco tempo de permanência - com o povo paraguaio que me foi cativando e me desvendando uma realidade até então desconhecida para mim. Chegar ao aeroporto de madrugada, sem ninguém a me esperar, e ter a ajuda, de forma interessada e gentil, de um taxista para me levar a uma pousada, começou a me revelar uma característica tão próxima a meus conterrâneos cearenses, a hospitalidade. Mas, não só. Suas raízes indígenas, a língua guarany, da qual não abrem mão, o orgulho de sua história, o amor a seu país, a vontade de mudança política estiveram sempre presentes nas falas que colhi do povo mais simples de Assunção.

Um capítulo à parte, para mim, foi o contato com a língua guarany, que, à maneira dos ideogramas orientais, permite traduções não literais e têm uma riqueza muita larga de significados. Observe-se "Tekojoja", nome do movimento da candidatura de Lugo. Dos paraguaios, ouvi três diferentes traduções: "todos juntos", "estamos (ou vivendo) juntos" e "somos todos iguais", que me pareceu a mais apropriada (embora sem contradição com as demais), pois "joja" significa "paralelo", "no mesmo plano", a dizer que ninguém é maior do que o outro (como que recuperando o "ethos" da república comunista-cristã dos guaranys, de Sepé-Tiaraju). Nessa hora, não dá para esconder uma ponta de inveja por termos perdido quase que completamente, pelo decreto de Pombal, nossa língua geral brasileira, o "nheengatú" (que sobrevive em pouquíssimos recantos do Brasil), de raízes tupi, pela imposição do português como idioma único e oficial.

Ouvir deles que seu herói nacional é o "Mariscal (Marechal) López" - o Solano López, pintado como um ditador implacável em meus livros de história do primário - não deixa de nos trazer um certo sentimento de vergonha, pelo que o Brasil, a Argentina e o Uruguay, em sua Tríplice Aliança, fizeram covardemente com esse povo, ao matar centenas de milhares de homens, destruir a nascente infraestrutura do país, golpeando, significativa e fortemente, o desenvolvimento desse país.

Nessa hora, é que nosso sentimento de solidariedade emerge com muita força e se fortalece ainda mais pela companhia, multidiversa e multipartidária, dos observadores eleitorais convidados pela APC. Gente de todo o mundo, de partidos de esquerda e centroesquerda, que viemos a Assunção para presenciar o início do que esperamos venha a ser uma verdadeira Revolução Democrática, através da derrota - e agora os resultados se confirmam – de 61 anos de corrupção, violência e exploração do povo guarany pelas elites políticas e econômicas, representadas, principalmente, no Partido Colorado.

Agora, os noticiários televisivos confirmam a vitória de Lugo (com o reconhecimento da derrota pelos dois principais adversários, a oficialista Blanca Ovelar e sua dissidência, de corte militarista, o General Oviedo) e o povo já toma as ruas, marchando, com suas bandeiras tricolores e buzinaços, em direção à Praça do Panteón. Estranha – e explosiva – metamorfose! Durante todo o dia, o que vimos foi a presença ofensivamente ostensiva da estrutura do Partido Colorado: carros, camionetas, ônibus, a carregar os eleitores, sem nenhum pudor de portar, inclusive, às portas das seções eleitorais, cartazes, adesivos, bandeiras, demonstrando a prepotência de mais de 60 anos de dominação e corrupção. As aparências – que enganavam o observador mais leigo – escondiam a decisão - já tomada, mesmo que de forma discreta, porém resoluta, pela ampla maioria do povo – de derrotar o regime que lhe infelicitava há décadas.

Esse sentimento latente já se manifestara, ali e acolá, quando os fiscais dos partidos de oposição nos procuravam, aos observadores internacionais, para denunciar as mais variadas formas de corrupção eleitoral (tão conhecidas de nós, brasileiros), como as ameaças aos servidores e a compra de votos junto aos eleitores pobres. Na periferia, observamos o caso de mais de quatrocentas famílias que haviam sido pressionadas a votar nos colorados, sob pena de serem expulsas de uma ocupação recente. A preocupação maior, no entanto, era com a fraude, no momento da feitura das atas pelas mesas eleitorais, que funcionariam também como mesas apuradoras. Aliás, só o receio da fraude é quem pode explicar o fato de que, nas pesquisas de boca-de-urna, eleitores de Lugo desacreditarem de sua vitória. No entanto, a ampla maioria de quase dois votos a um, nas urnas da capital, para a candidatura do "Câmbio" ("palavra mágica", no dizer de Lugo, em sua primeira coletiva de imprensa após a eleição), e sua ampla e imediata divulgação, é que veio a impedir qualquer tentativa de corromper o resultado eleitoral.

O que vai se passar, em nosso vizinho, a partir de agosto, quando o candidato dessa ampla aliança de partidos e movimentos tomar posse, é a indagação que fazemos os socialistas de todo o mundo que para lá acorremos e nos tornamos testemunhas dessa virada histórica. Como vão se dar as negociações com o governo brasileiro, em torno do preço – atualmente injusto e defasado - da energia de Itaipu, diante do que o programa da APC designa de "soberania energética"? Será possível a construção de um novo modelo de desenvolvimento rural – social e ambientalmente justo e responsável - com a realização de uma reforma agrária ecológica, que golpeie o latifúndio, os transgênicos, os agroquímicos e a monocultura e devolva a terra para os seus legítimos donos? A governabilidade de Lugo vai se sustentar unicamente em sua contraditória frente partidária ou se apoiará na organização e mobilização dos movimentos sociais? O que seria essa "terceira via" entre Lula e Chávez a que o bispo, agora presidente, se referiu quando questionado sobre seu modelo de governo? O tempo – e a luta social – é quem nos dirão. Agora, o que fica em minha memória é a resposta do taxista que me levou ao aeroporto, quando lhe perguntei "Que tal?". Ele me disse tão somente: "Especial!".


João Alfredo Telles Melo, é advogado, professor e ex-deputado federal pelo PSOL/CE.

Paraguai vota contra a oligarquia dos partidos tradicionais






domingo de festa


"Há alguns meses, nenhum de nós sonhava que isso poderia ter acontecido. Um grupo de sonhadores políticos colocou o país em primeiro lugar"




multidão esperou Lugo em frente ao Panteão dos Heróis, centro de Assunção ficou instransitável



Com a totalidade dos votos para presidente apurados, Fernando Lugo se confirma como novo presidente. A vitória indica a consolidação democrática do país. Festa da Aliança Patriótica para a Mudança reuniu todas as forças políticas em frente ao Panteão dos Heróis, no centro de Assunção.

texto Clarissa Pont e fotos Eduardo Seidl


a festa começou cedo em frente ao Hotel Granado onde se hospedaram os observadores internacionais
e onde Lugo fez a primeira coletiva como virtual Presidente


festa popular nunca vista no Paraguai, depois de 61 anos de Partido Colorado

Carta Maior acompanhou Fernando Lugo a partir do fechamento das urnas, às quatro horas da tarde de ontem. A confirmação da vitória veio por volta das nove horas da noite, quando os dez pontos percentuais de diferença que separavam a Aliança Patriótica para a Mudança do Partido Colorado indicavam ser inviável uma reviravolta nos resultados. Neste momento, observadores internacionais presentes no Hotel Granado, centro de Assunção, onde Lugo concedeu a primeira coletiva de imprensa como virtual presidente, estavam atentos à contagem de votos transmitida pela televisão.


dentro do Hotel Granado, imprensa mundial esteve 'em peso'


os acenos de Lugo eram disputados a socos e pontapés pela horda de fotógrafos e câmeras

"O ato eleitoral foi para todos os paraguaios uma forma de expressar o sentimento de mudança. Apesar de termos visto em alguns locais de votação as dificuldades e a estrutura de controle que o Partido Colorado possui, acreditamos que tudo correu bem. É muito importante para o Paraguai a vitória de uma aliança progressista como esta. Para nós estar aqui hoje e fundamental, junto com o povo do Paraguai a quem tanto devemos; os uruguaios, os argentinos e os brasileiros; depois daquela triste guerra. Apoiamos esta aposta da democracia e essa aposta de seguir mudando a direção dos ventos na América Latina", assinalou a deputada pela Frente Ampla, do Uruguai, Eleonora Bianchi.


leia cobertura completa
na Agência Carta Maior


mandado publicar por aGÊNcia ceLEUma imAGEm as 04:04 pm
permita-nos saber o que pensa

20.4.08
paraguaios nas urnas
Fraudes em diversos
colégios eleitorais


Ainda assim, paraguaios protagonizam participação histórica. Possibilidade de fraudes e clima de medo, principais assuntos durante a semana que passou, não afastaram os eleitores do processo democrático.

texto Clarissa Pont e fotos Eduardo Seidl


Assunção – Segundo a Transparency, organização internacional que atua contra a corrupção, houve compra de cédulas em diversos locais de votação. Nos colégios eleitorais de Assunção San Martín e Iturbe, os presidentes de mesa obrigaram eleitores a introduzir cédulas nas urnas sem que tivessem sido assinadas. A Justiça Eleitoral afirmou que essas cédulas serão anuladas no momento da votação, as pessoas não terão outra chance de votar.


ao contrário do que se esperava, não houve atos violentos durante o pleito


Denúncias de postos de comando do Partido Colorado nas imediações de colégios eleitorais pipocam na imprensa e nas denúncias dos observadores internacionais. Nestes locais, militantes colorados estariam comprando votos e ameaçando opositores. Segundo relato de observadores internacionais, a polícia paraguaia demonstra-se intimidada pelos dirigentes colorados e exerce uma força tímida sobre esses acontecimentos.

mandado publicar por aGÊNcia ceLEUma imAGEm as 06:18 pm
permita-nos saber o que pensa

domingo de sol

Lugo vota e vai à missa





Os três principais candidatos à presidência do Paraguai votaram antes das nove da manhã neste domingo. Enquanto nos colégios eleitorais de Blanca Ovelar e Fernando Lugo houve tumulto pela presença de militantes e imprensa, Lino Oviedo votou acompanhado apenas por alguns assessores e pela filha, candidata a deputada.


Após o voto, Blanca foi ao encontro do atual presidente, de quem é afiliada política



Oviedo e Blanca seguiam disputando o segundo lugar das intenções de voto.
foto cedida pelo jornal ABC Color


texto Clarissa Pont e fotos Eduardo Seidl

Assunção – A tradição paraguaia de comparecer às urnas antes das dez da manhã reflete um temor. Desde a abertura democrática, os eleitores sabem que prorrogar o voto para depois do meio dia é correr o risco de chegar à mesa de votação e encontrar uma assinatura falsa e o voto de outra pessoa no lugar do seu. Os candidatos Fernando Lugo, da Aliança Patriótica para a Mudança; Blanca Ovelar, do Partido Colorado, e o ex-general Lino Oviedo, da União Nacional de Cidadãos Éticos (Unace) votaram assim que as urnas foram abertas, às sete da manhã.


No centro da foto, Frei Beto, Lugo e Federico Franco

Carta Maior acompanhou o início do dia do candidato Fernando Lugo, que soma mais de 40% das intenções de voto nas pesquisas de boca de urna anunciadas no início da tarde deste domingo. Lugo recebeu apoiadores, observadores internacionais e a imprensa em sua casa, na cidade de Lambaré, região metropolitana de Assunção. Um pouco antes das sete horas da manhã, o candidato percorreu a pé as sete quadras que separam sua residência da escola Luisa Tavalera Ritchert, no bairro Villa Ybate, local de votação do candidato. De braços dados com Lugo, estava o brasileiro Frei Betto. Além de dezenas de militantes, Hebe de Bonafini, das Madres da Plaza de Mayo, e Bernard Cassen, do Le Monde Diplomatique, formavam a comitiva que acompanhou a caminhada de Lugo até a mesa de votação. Cassen e Frei Betto são dois dos vários observadores internacionais de onze nacionalidades convocados para acompanhar as eleições paraguaias.


Federico Franco e Hebe de Bonafini acompanham Lugo até o colégio eleitoral




mandado publicar por aGÊNcia ceLEUma imAGEm as 06:03 pm
permita-nos saber o que pensa

domingo de decisão

"O Paraguai não pode
ser uma ilha
entre as outras nações"


Em Assunção, Carta Maior conversou com o principal candidato à presidência do Paraguai, Fernando Lugo. Para ele, é fundamental consolidar a identidade política e realizar um processo transformador dentro do país.

texto Clarissa Pont e fotos Eduardo Seidl

Em um país onde a filiação ao Partido Colorado parecia ser sinônimo exclusivo de participação política, a coligação criada em torno do candidato Fernando Lugo garantiu, pela primeira vez em 60 anos, a dúvida sobre quem ganhará as eleições presidenciais deste ano. A Aliança Patriótica para a Mudança reúne sobre uma mesma insígnia nove partidos políticos e diversos movimentos sociais, sindicais e indígenas. O Partido Liberal Radical Autêntico, a segunda força partidária paraguaia depois da tradição colorada, forma esta frente com Federico Franco, candidato a vice-presidente.


Lugo: "pela primeira vez o país vive
uma etapa importante da vida política,
com características quase atípicas".



mandado publicar por aGÊNcia ceLEUma imAGEm as 03:09 pm
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pleito paraguaio

Domingo de decisão no Paraguai


que se passa no coração paraguaio?

Quase três milhões de paraguaios comparecerão às urnas amanhã, dia 20, para escolher o novo presidente do país. O ex-bispo Fernando Lugo, da Aliança Patriótica para a Mudança, é favorito nas pesquisas de intenção de voto. Na disputa pelo segundo lugar, está a candidata governista Blanca Ovelar, do Partido Colorado, e o ex-general Lino Oviedo, da União Nacional de Cidadãos Éticos (Unace).

texto Clarissa Pont e fotos Eduardo Seidl

A eleição de amanhã está marcada por denúncias de fraudes. Calcula-se que, dos 2,8 milhões de cidadãos habilitados pelo Registro Nacional de Eleitores, cerca de 5% (140 mil) são "eleitores fantasmas". A soma envolve irregularidades na documentação e inexplicáveis situações como o voto de presos, emigrantes e mortos. Rafael Dendia e Juan Manuel Morales, presidente e vice-presidente do Tribunal Superior de Justiça Eleitoral (TSJE), são afiliados ao Partido Colorado. A ex-professora Blanca Ovelar, que foi ministra da Educação dos presidentes Luis González Macchi e Nicanor Duarte, nega qualquer envolvimento do Partido Colorado com as fraudes eleitorais, comuns no Paraguai. A primeira mulher a disputar a chefia de Estado do Paraguai conquistou a candidatura depois de uma disputa apertada. O adversário, ex-vice-presidente Luis Castiglioni, a acusa de fraude no pleito interno.


Segundo Renato Simões, observador internacional brasileiro convidado pela Aliança,
"há uma aparete tranqüilidade, mas paira o medo por parte da população".
Nas fotos, Mercado Quatro, onde todos compram e vendem tudo em Assunção.




leia cobertura completa na Carta Maior

mandado publicar por aGÊNcia ceLEUma imAGEm as 01:08 am
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18.4.08
música latinoamericana

"A desalambrar"




Desalambrar, do espanhol, retirar os arames que cercam um território. Canção do músico uruguaio e militante tupamaro Daniel Viglietti, foi um dos hinos do comício da Aliança Patriótica para a Mudança, de Fernando Lugo, na noite da última quinta-feira. Carta Maior conversou com Viglietti sobre seu apoio à candidatura de Fernando Lugo.


texto Clarissa Pont e fotos Eduardo Seidl

"O conceito de pátria grande me acompanha desde que nasci. Sou muito uruguaio, mas pertenço a outra pátria, esta onde se pode ser uruguaio, argentino, brasileiro, paraguaio, mexicano. Somos todos parte disso que José Martí chamava de Nuestra America. É isso que me faz estar aqui, que cante no ato de fechamento de campanha de Fernando Lugo". O uruguaio segue em pé de guerra contra injustiças sociais e a mediocridade que impera na maioria das produções musicais recentes. Segundo Viglietti, "há muitos laços que unem o Paraguai e o Uruguai, não somente o som que rima, mas também laços históricos que vem de longe. As terras do Paraguai souberam dar refúgio a José Artigas, depois de toda a luta por independência que ele cumpriu".


Viglietti: "Um país que sofreu o que o Paraguai sofreu,
merece mudanças. Merece oportunidade a outras linhas políticas"



leia principais trechos da conversa
com Viglietti em Carta Maior




mandado publicar por aGÊNcia ceLEUma imAGEm as 07:45 pm
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Cierre de Campaña
"Somos todos iguais na
República Independente do Paraguai"



No último comício antes das eleições presidenciais, a Aliança Patriótica para a Mudança lotou a Praça das Armas, no centro de Assunção. Favorito nas pesquisas de intenção de voto, o candidato Fernando Lugo proclamou igualdade para todos e afirmou que o povo paraguaio tem de ser protagonista de sua própria história.

texto Clarissa Pont e fotos Eduardo Seidl

Em festa que começou às 4 horas da tarde de ontem, dia 17, e só terminou após a meia noite de hoje, Fernando Lugo e o candidato a vice-presidente Federico Franco receberam nomes importantes da música latino-americana, como o uruguaio Daniel Viglietti e a argentina Liliana Herrero. Do Brasil, Chico Batera, percursionista de Chico Buarque, esteve em Assunção para apoiar o candidato da Aliança. Mas foi o portenho Victor Heredia que garantiu os momentos de maior emoção. "Todavia Cantamos" foi entoada por todo o público presente.


Victor Heredia apóia Fernando Lugo

"Não queremos terminar com a propriedade privada, como dizem por aí, ao contrário, queremos que todos os paraguaios sejam proprietários de seu pedaço de terra", disse Franco. O candidato a vice-presidente convidou os trabalhadores do Paraguai a anteciparem as comemorações do 1º de Maio nas urnas, "vamos celebrar o Dia do Trabalhador neste domingo, 20 de abril". Fernando Lugo, que cantou com Heredia antes de discursar, falou da importância de ver tantas bandeiras e partidos diferentes na manifestação. As alianças que apóiam a candidatura do ex-bispo são tão múltiplas, e por vezes antagônicas, que sequer no QG de sua campanha é possível obter uma lista com todos os partidos e movimentos que estão sob a insígnia da Aliança Patriótica para a Mudança. Inclusive o Partido Colorado tem setores que estão com Lugo.


manifestantes do movimento popular Tekojoja foram maioria

Embora os números que indicam a quantidade de pessoas nestas manifestações nem sempre sejam precisos, a organização do evento afirmou que a Aliança reuniu 120 mil pessoas em frente ao Congresso Nacional. Segundo o jornal Ultima Hora, foram 80 mil. O diário de Assunção obteve fotos aéreas do comício de Blanca Ovelar, na quarta-feira, e de Fernando Lugo, no dia seguinte. Comparando as imagens, o jornal afirmou que a Aliança conseguiu reunir o maior número de militantes, mesmo sem dispor da máquina pública para realizar o encontro. "Sobram apenas três dias aos que seqüestraram a ilusão e a esperança do povo paraguaio", afirmou Lugo. Às mulheres, às comunidades originárias e os jovens, ele disse: "Sou simplesmente um companheiro de caminhada com vocês. Sonhem e construam conosco esta nova pátria".

mandado publicar por aGÊNcia ceLEUma imAGEm as 07:14 pm
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terça-feira, 22 de abril de 2008

Florestan Fernandes (São Paulo-SP, 1920 – São Paulo-SP, 1995) A ciência aplicada e a educação como fatores de mudança cultural provocada





















I – Introdução

O tema da presente exposição correspondia a uma necessidade teórica definida, que deixou de existir com a alteração da estrutura, do espírito e dos fins do primitivo planejamento deste symposium. Nele, o que prevalecia era a intenção de examinar como se poderia explorar construtivamente, no Brasil, os recursos postos a serviço da educação pela ciência ou pela pedagogia baseada no conhecimento científico. O diagnóstico da situação educacional brasileira constituía um ponto de referência indispensável, tanto para a avaliação da viabilidade das soluções quanto para a apreciação do tipo de colaboração a ser prestada pelos cientistas sociais.

No plano definitivo, porém, o diagnóstico da situação educacional brasileira foi consagrado como eixo do symposium. Em conseqüência desse deslocamento de ênfase, o tema que nos havíamos proposto ficou um tanto fora de lugar e excessivo no contexto geral. Isso nos levou a encará-lo de outro modo, que permitisse redefini-lo em termos dos problemas que se tornaram substantivos.

Para ler o documento na integra clique aqui


Por que Zurdo?

O nome do blog foi inspirado no filme Zurdo de Carlos Salcés, uma película mexicana extraordinária.


Zurdo em espanhol que dizer: esquerda, mão esquerda.
E este blog significa uma postura alternativa as oficiais, as institucionais. Aqui postaremos diversos assuntos como política, cultura, história, filosofia, humor... relacionadas a realidades sem tergiversações como é costume na mídia tradicional.
Teremos uma postura radical diante dos fatos procurando estimular o pensamento crítico. Além da opinião, elabora-se a realidade desvendando os verdadeiros interesses que estão em disputa na sociedade.

Vos abraço com todo o fervor revolucionário

Raoul José Pinto



ZZ - ESTUDAR SEMPRE

  • A Condição Pós-Moderna - DAVID HARVEY
  • A Condição Pós-Moderna - Jean-François Lyotard
  • A era do capital - HOBSBAWM, E. J
  • Antonio Gramsci – vida e obra de um comunista revolucionário
  • Apuntes Criticos A La Economia Politica - Ernesto Che Guevara
  • As armas de ontem, por Max Marambio,
  • BOLÍVIA jakaskiwa - Mariléia M. Leal Caruso e Raimundo C. Caruso
  • Cultura de Consumo e Pós-Modernismo - Mike Featherstone
  • Dissidentes ou mercenários? Objetivo: liquidar a Revolução Cubana - Hernando Calvo Ospina e Katlijn Declercq
  • Ensaios sobre consciência e emancipação - Mauro Iasi
  • Esquerdas e Esquerdismo - Da Primeira Internacional a Porto Alegre - Octavio Rodríguez Araujo
  • Fenomenologia do Espírito. Autor:. Georg Wilhelm Friedrich Hegel
  • Fidel Castro: biografia a duas vozes - Ignacio Ramonet
  • Haciendo posible lo imposible — La Izquierda en el umbral del siglo XXI - Marta Harnecker
  • Hegemonias e Emancipações no século XXI - Emir Sader Ana Esther Ceceña Jaime Caycedo Jaime Estay Berenice Ramírez Armando Bartra Raúl Ornelas José María Gómez Edgardo Lande
  • HISTÓRIA COMO HISTÓRIA DA LIBERDADE - Benedetto Croce
  • Individualismo e Cultura - Gilberto Velho
  • Lênin e a Revolução, por Jean Salem
  • O Anti-Édipo — Capitalismo e Esquizofrenia Gilles Deleuze Félix Guattari
  • O Demônio da Teoria: Literatura e Senso Comum - Antoine Compagnon
  • O Marxismo de Che e o Socialismo no Século XXI - Carlos Tablada
  • O MST e a Constituição. Um sujeito histórico na luta pela reforma agrária no Brasil - Delze dos Santos Laureano
  • Os 10 Dias Que Abalaram o Mundo - JOHN REED
  • Para Ler O Pato Donald - Ariel Dorfman - Armand Mattelart.
  • Pós-Modernismo - A Lógica Cultural do Capitalismo Tardio - Frederic Jameson
  • Questões territoriais na América Latina - Amalia Inés Geraiges de Lemos, Mónica Arroyo e María Laura Silveira
  • Simulacro e Poder - uma análise da mídia, de Marilena Chauí (Editora Perseu Abramo, 142 páginas)
  • Soberania e autodeterminação – a luta na ONU. Discursos históricos - Che, Allende, Arafat e Chávez
  • Um homem, um povo - Marta Harnecker

zz - Estudar Sempre/CLÁSSICOS DA HISTÓRIA, FILOSOFIA E ECONOMIA POLÍTICA

  • A Doença Infantil do Esquerdismo no Comunismo - Lênin
  • A História me absolverá - Fidel Castro Ruz
  • A ideologia alemã - Karl Marx e Friedrich Engels
  • A República 'Comunista' Cristã dos Guaranis (1610-1768) - Clóvis Lugon
  • A Revolução antes da Revolução. As guerras camponesas na Alemanha. Revolução e contra-revolução na Alemanha - Friedrich Engels
  • A Revolução antes da Revolução. As lutas de classes na França - de 1848 a 1850. O 18 Brumário de Luis Bonaparte. A Guerra Civil na França - Karl Marx
  • A Revolução Burguesa no Brasil - Florestan Fernandes
  • A Revolução Proletária e o Renegado Kautsky - Lênin
  • A sagrada família - Karl Marx e Friedrich Engels
  • Antígona, de Sófocles
  • As tarefas revolucionárias da juventude - Lenin, Fidel e Frei Betto
  • As três fontes - V. I. Lenin
  • CASA-GRANDE & senzala - Gilberto Freyre
  • Crítica Eurocomunismo - Ernest Mandel
  • Dialética do Concreto - KOSIK, Karel
  • Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico - Friedrich Engels
  • Do sonho às coisas - José Carlos Mariátegui
  • Ensaios Sobre a Revolução Chilena - Manuel Castells, Ruy Mauro Marini e/ou Carlos altamiro
  • Estratégia Operária e Neocapitalismo - André Gorz
  • Eurocomunismo e Estado - Santiago Carrillo
  • Fenomenologia da Percepção - MERLEAU-PONTY, Maurice
  • História do socialismo e das lutas sociais - Max Beer
  • Manifesto do Partido Comunista - Karl Marx e Friedrich Engels
  • MANUAL DE ESTRATÉGIA SUBVERSIVA - Vo Nguyen Giap
  • MANUAL DE MARXISMO-LENINISMO - OTTO KUUSINEN
  • Manuscritos econômico filosóficos - MARX, Karl
  • Mensagem do Comitê Central à Liga dosComunistas - Karl Marx e Friedrich Engels
  • Minima Moralia - Theodor Wiesengrund Adorno
  • O Ano I da Revolução Russa - Victor Serge
  • O Caminho do Poder - Karl Kautsky
  • O Marxismo e o Estado - Norberto Bobbio e outros
  • O Que Todo Revolucionário Deve Saber Sobre a Repressão - Victo Serge
  • Orestéia, de Ésquilo
  • Os irredutíveis - Daniel Bensaïd
  • Que Fazer? - Lênin
  • Raízes do Brasil - Sérgio Buarque de Holanda
  • Reforma ou Revolução - Rosa Luxemburgo
  • Revolução Mexicana - antecedentes, desenvolvimento, conseqüências - Rodolfo Bórquez Bustos, Rafael Alarcón Medina, Marco Antonio Basilio Loza
  • Revolução Russa - L. Trotsky
  • Sete ensaios de interpretação da realidade peruana - José Carlos Mariátegui/ Editora Expressão Popular
  • Sobre a Ditadura do Proletariado - Étienne Balibar
  • Sobre a evolução do conceito de campesinato - Eduardo Sevilla Guzmán e Manuel González de Molina

ZZ - Estudar Sempre/LITERATURA

  • 1984 - George Orwell
  • A Casa dos Espíritos, de Isabel Allende
  • A Espera dos Bárbaros - J.M. Coetzee
  • A hora da estrela - Clarice Lispector
  • A Leste do Éden - John Steinbeck,
  • A Mãe, MÁXIMO GORKI
  • A Peste - Albert Camus
  • A Revolução do Bichos - George Orwell
  • Admirável Mundo Novo - ALDOUS HUXLEY
  • Ainda é Tempo de Viver - Roger Garaud
  • Aleph - Jorge Luis Borges
  • As cartas do Pe. Antônio Veira
  • As Minhas Universidades, MÁXIMO GORKI
  • Assim foi temperado o aço - Nikolai Ostrovski
  • Cem anos de solidão - Gabriel García Márquez
  • Contos - Jack London
  • Crime e castigo, de Fiódor Dostoiévski
  • Desonra, de John Maxwell Coetzee
  • Desça Moisés ( WILLIAM FAULKNER)
  • Don Quixote de la Mancha - Miguel de Cervantes
  • Dona flor e seus dois maridos, de Jorge Amado
  • Ensaio sobre a Cegueira - José Saramago
  • Ensaio sobre a lucidez, de José Saramago
  • Fausto - JOHANN WOLFGANG GOETHE
  • Ficções - Jorge Luis Borges
  • Guerra e Paz - LEON TOLSTOI
  • Incidente em Antares, de Érico Veríssimo
  • Memórias do Cárcere - Graciliano Ramos
  • O Alienista - Machado de Assis
  • O amor nos tempos do cólera - Gabriel García Márquez
  • O Contrato de Casamento, de Honoré de Balzac
  • O Estrangeiro - Albert Camus
  • O homem revoltado - Albert Camus
  • O jogo da Amarelinha – Júlio Cortazar
  • O livro de Areia – Jorge Luis Borges
  • O mercador de Veneza, de William Shakespeare
  • O mito de Sísifo, de Albert Camus
  • O Nome da Rosa - Umberto Eco
  • O Processo - Franz Kafka
  • O Príncipe de Nicolau Maquiavel
  • O Senhor das Moscas, WILLIAM GOLDING
  • O Som e a Fúria (WILLIAM FAULKNER)
  • O ULTIMO LEITOR - PIGLIA, RICARDO
  • Oliver Twist, de Charles Dickens
  • Os Invencidos, WILLIAM FAULKNER
  • Os Miseravéis - Victor Hugo
  • Os Prêmios – Júlio Cortazar
  • OS TRABALHADORES DO MAR - Vitor Hugo
  • Por Quem os Sinos Dobram - ERNEST HEMINGWAY
  • São Bernardo - Graciliano Ramos
  • Vidas secas - Graciliano Ramos
  • VINHAS DA IRA, (JOHN STEINBECK)

ZZ - Estudar Sempre/LITERATURA GUERRILHEIRA

  • A Guerra de Guerrilhas - Comandante Che Guevara
  • A montanha é algo mais que uma imensa estepe verde - Omar Cabezas
  • Da guerrilha ao socialismo – a Revolução Cubana - Florestan Fernandes
  • EZLN – Passos de uma rebeldia - Emilio Gennari
  • Imagens da revolução – documentos políticos das organizações clandestinas de esquerda dos anos 1961-1971; Daniel Aarão Reis Filho e Jair Ferreira de Sá
  • O Diário do Che na Bolívia
  • PODER E CONTRAPODER NA AMÉRICA LATINA Autor: FLORESTAN FERNANDES
  • Rebelde – testemunho de um combatente - Fernando Vecino Alegret

ZZ- Estudar Sempre /GEOGRAFIA EM MOVIMENTO

  • Abordagens e concepções de território - Marcos Aurélio Saquet
  • Campesinato e territórios em disputa - Eliane Tomiasi Paulino, João Edmilson Fabrini (organizadores)
  • Cidade e Campo - relações e contradições entre urbano e rural - Maria Encarnação Beltrão Sposito e Arthur Magon Whitacker (orgs)
  • Cidades Médias - produção do espaço urbano e regional - Eliseu Savério Sposito, M. Encarnação Beltrão Sposito, Oscar Sobarzo (orgs)
  • Cidades Médias: espaços em transição - Maria Encarnação Beltrão Spósito (org.)
  • Geografia Agrária - teoria e poder - Bernardo Mançano Fernandes, Marta Inez Medeiros Marques, Júlio César Suzuki (orgs.)
  • Geomorfologia - aplicações e metodologias - João Osvaldo Rodrigues Nunes e Paulo César Rocha
  • Indústria, ordenamento do território e transportes - a contribuição de André Fischer. Organizadores: Olga Lúcia Castreghini de Freitas Firkowski e Eliseu Savério Spósito
  • Questões territoriais na América Latina - Amalia Inés Geraiges de Lemos, Mónica Arroyo e María Laura Silveira